O javali do Erimanto
Para o quarto trabalho, 〈Euristeu〉
No quarto dos 12 trabalhos para Euristeu, Héracles teve que capturar um feroz javali e, ainda, teve tempo de participar de duas aventuras paralelas.
Sumário
O javali do Erimanto (gr.
O núcleo básico do mito estabeleceu-se desde o começo. Nos relevos e cenas de vasos mais antigos, Héracles
enfrenta um javali, em geral com com sua clava, depois o carrega nos ombros e leva, ainda vivo, até Euristeu;
o rei, assustado com o tamanho e ferocidade da fera,
Euristeu
Os mitógrafos tardios imaginaram detalhes adicionais para essa aventura: Pausânias diz que o javali era maior e
mais forte do que os demais; Ovídio, que era muito pesado; [Claudiano], que seu couro era negro; Diodoro Sículo
reitera que ele tinha de ser levado vivo; Virgílio alude às densas matas do Erimanto, onde o animal se escondia;
[Apolodoro] conta que o herói espantou o animal, gritando, de uma moita até uma área com neve profunda e
Nenhuma das fontes informa explicitamente o que houve com o javali depois da “entrega” a Euristeu; algumas
imagens (e.g.
Iconográficas (seleção): Londres 1836,0224.93 e 1843.11-3.64; Olímpia
Arcaicas e clássicas: Hecateu
Posteriores: Diodoro Sículo
Variantes
Segundo Herodoro (F 24) e Apolônio de Rodes
Em [Apolodoro] 2.5.1, Euristeu
Um anônimo epigrama (Antologia Palatina 16.92.3), [Higino], Ausônio (Éclogas 24), outros autores tardios e algumas moedas helenísticas e romanas dizem que Héracles matou o javali; Marcial (9.101.6) afirma que ele usou a pele do leão por cima da pele do javali. Dracôntio (Romuleia 2.96) conta que a pele de javali era usada por Hilas, o jovem escudeiro de Héracles durante sua aventura com os argonautas.
Algumas cenas de
Uma métopa arcaica de Cálidon, Etólia, e uma cena de vaso em Ferrara talvez associem Héracles e o javali ao local. Para Sêneca (Hércules em Fúria) e [Claudiano], o javali era de Maínalos, Arcádia; Herodoro, Apolônio de Rodes e Diodoro Sículo mencionam o Monte Lampeia, na mesma região; e Ovídio, Tegeia.
Durante o quarto trabalho, Héracles teve duas aventuras ‘paralelas’ (gr.
Influências e recepção
O poeta da Odisseia recorda que o Erimanto era uma região com muitos javalis, a quem a deusa Ártemis
prazerosamente
A iconografia é abundante durante o Período Arcaico e há numerosas representações de Euristeu refugiado no
pito, diante de Héracles e do javali, notadamente nos vasos arcaicos de figuras negras. Durante o Período
A literatura antiga sobre o episódio (Hecateu, Sófocles e Herodoro) é escassa e mais recente do que as imagens; a primeira associação direta entre Héracles e o javali, bastante telegráfica, é de Sófocles (Traquínias 1097). O desenvolvimento da história e vários detalhes estão presentes somente nos mitógrafos tardios. Assim como em Sófocles, as menções ao trabalho nos poetas gregos e romanos tardios são curtas e incidentais.
A recepção moderna do episódio também não é muito expressiva e praticamente se restringe às obras de arte. Em nossos dias, só
se vê estatuetas, gravuras, jóias e pinturas com Héracles e o javali, em geral sem a presença de Euristeu e seu pito. Uma estatueta criada por Giambologna antes de 1576, mostrando o
herói carregando o javali sobre o ombro esquerdo,
Na literatura, de importância há apenas um conto policial de Agatha Christie, “O javali do Erimanto” (1940). Curiosamente, o javali é uma das criaturas míticas presentes em um video game de 2018, Assassin's Creed Odyssey.
Bibliografia
G