Diodoro Sículo

Διόδωρος ὁ Σικελός Diodorus Siculus Historicus D.S.

Autor de uma “história universal” da Grécia e de Roma, dos tempos míticos até meados do século -I.

Sumário

O texto de Diodoro Sículo, a despeito de suas deficiências, é o mais extenso relato da história greco-romana que chegou até nossos dias.

Biografia e obra

Nasceu em Agírio, Sicília (daí o apelido “Sículo”) e viveu durante o século -I. De acordo com São Jerônimo (Chronica), Diodoro floresceu no 4º ano da 180ª Olimpíada (i.e. -49), o que vem a ser uma especulação razoável, mais compatível com os dados disponíveis do que as estimativas tradicionais de seu nascimento e morte, c. -90 e -30.

Sabe-se com razoável certeza que esteve no Egito entre -60 e -57, aproximadamente, onde iniciou as pesquisas necessárias para suas atividades de historiador (D.S. 1.44.1), trabalho que se prolongou durante as três décadas seguintes (D.S. 1.3.6). Parece que em -56 viajou para Roma e lá ficou durante muito tempo, certamente consultando arquivos e registros disponíveis. O último evento citado em sua obra data de -36 (D.S. 16.7.1) e ele nunca mencionou o fato de o Egito ter se tornado província romana, o que ocorreu em -30.

Nada sabemos de sua família, profissão e outras atividades; deduz-se, no entanto, que deve ter sido um homem abastado e de certa influência, pois de outro modo não lhe seria possível dedicar-se às atividades de escritor e nem ter acesso aos registros oficiais em Roma e no Egito.

Com exceção da referência de São Jerônimo, todos os dados conhecidos sobre Diodoro vêm de seu próprio texto.

Diodoro produziu uma única e monumental obra, a Biblioteca Histórica ( Ἱστορικὴ Βιβλιοθήκη), iniciada por volta de -60 e terminada provavelmente entre -36 e -30.

Sinopse:

Características da obra

Segundo a opinião dos antigos, Diodoro Sículo foi eficaz compilador de textos de autores mais antigos: sua “história universal” é, basicamente, uma compilação frequentemente contraditória, confusa e repetitiva de fontes mais antigas, quase sempre desprovida de senso crítico.

A maioria dos comentadores mais antigos concorda que Diodoro foi um compilador competente que arranjou os dados colhidos pelos historiadores que o precederam em torno de uma cronologia mais ou menos exata, mas um mau historiador, incapaz de analisar os fatos, refletir, criticá-los e estabelecer causas e consequências dos eventos históricos.

Estudos mais recentes, no entanto, identificaram acréscimos seus às narrativas e constataram que Diodoro procurou, basicamente, criar uma história universal simples, edificante, didática e acessível a todos.

Nisso e na função educativa de sua obra (Morais Mota 2008, p. 14), ele foi certamente muito bem sucedido