Oniro, oniros e o sonhar
Os oniros são, coletivamente, personificações dos sonhos; Oniro é o
Sumário
Os sonhos
Filhos de Nix e irmãos de Hipno e Tânato, os oniros (gr.
Os sonhos vivem em local situado no extremo oeste, às margens de Oceano, perto do lugar onde ficam as almas dos mortos. Para chegar à cabeceira dos mortais adormecidos eles atravessam dois portões: através de um passam os sonhos que se cumprem e, através do outro, os sonhos enganadores, com promessas que não se cumprem. Devido à localização e ao trajeto, são muitas vezes associados ao hades e à própria terra.
Oniro
Safo
A individualização sistemática do sonho em única e específica divindade é provavelmente criação de Ovídio, talvez por influência helenística. Ao contar o mito de Alcione e Céix, o poeta relata que Morfeu (lat. Morpheus), o “moldador”, assume a forma de seres humanos conhecidos e desconhecidos nos sonhos; Ícelo (ou Fobetor), a dos animais; e Fântaso, a das outras coisas. Eles fazem parte dos mil filhos de Somnus, o sono, que dormem à volta do pai em caverna escura e silenciosa.
Iconografia e culto
Não há cultos específicos dedicados ao sonhar ou aos sonhos. Eles têm, no entanto, grande importância nos templos da cura, onde o deus Asclépio e o herói Anfiarau se valem dos sonhos para revelar aos fiéis o tratamento de seus males.
Pausânias menciona a existência de uma estátua do deus ‘Sonho’ (Oniro) no templo de Asclépio em Atenas e Filóstrato descreveu uma pintura em Oropo na qual ele usa uma veste branca sobre uma negra, talvez representando os sonhos diurnos e noturnos.
Ilíada 2.6-36; Odisseia
Variantes
Para [Higino] (Histórias, prefácio 1) e Cícero (Da natureza dos deuses 3. 17), os sonhos (lat. somnia) são filhos de Érebo e Nix; para Álcman
Recepção
Passagens selecionadas
A descrição de sonhos é recurso literário dos mais utilizados desde a época dos poemas homéricos, tanto pelos poetas quanto pelos prosadores (e.g. Heródoto e Flávio Josefo); sua associação a enganos e profecias remonta à Ilíada. Os poetas trágicos (e.g. Ésquilo, Coéforas
Safo se dirige ao deus do sonho, no singular, em um de seus poemas
Em praticamente todos os autores a interpretação dos sonhos, divindadas enviadas pelos deuses, tem grande importância. Em Prometeu Acorrentado
Da Idade Média em diante, Morfeu tem sido considerado o deus do sonho e do sono. A “morfina”, poderoso analgésico indutor do sono, foi descoberta em 1804 e recebeu o nome por causa dele; é comum a expressão “cair nos braços de Morfeu”, i.e. dormir. Os artistas neoclássicos (e.g.
O adjetivo português “onírico” e alguns substantivos compostos utilizam o mesmo radical dos substantivos temáticos
gregos