Hécuba (gr. Ἑκάβη) é uma
das mais apreciadas tragédias anti-bélicas de Eurípides.
A morte de Polidoro
A datação não é totalmente segura; estima-se a primeira
representação nos primeiros anos da Guerra do Peloponeso, por volta de
-424. Nada sabemos da premiação obtida e dos outros dramas apresentados
pelo poeta no concurso dramático desse ano.
Hécuba, assim como Troianas, se passa logo depois da Guerra de
Troia e coloca diante da audiência alguns dos aspectos mais negativos de qualquer
guerra.
Argumento
Após a queda de Troia, os navios gregos chegam à Trácia. No acampamento a
ex-rainha Hécuba vê sua filha Polixena ser sacrificada em honra de
Aquiles, já morto, e logo depois se depara com o cadáver de seu filho Polidoro, a
quem julgava em segurança no palácio de Polimestor, seu genro. A rainha reúne forças
e pede a Agamêmnon, comandante dos gregos, uma oportunidade para castigar
Polimestor. Então, com a ajuda das outras cativas troianas, cega o rei trácio e mata
seus dois filhos.
Personagens do drama
Polidoro fantasma do filho de Hécuba e de Príamo, falecido rei de Troia
Hécuba ex-rainha de Troia, viúva de Príamo, escravizada pelos gregos
Polixena filha de Hécuba e de Príamo
Coro mulheres troianas escravizadas pelos gregos
Odisseu rei de Ítaca, filho de Laerte
Taltíbio arauto de Agamêmnon
Agamêmnon rei de Argos, filho de Atreu, comandante dos gregos
Polimestor rei da Trácia, genro de Príamo e de Hécuba
Serva antiga serva de Hécuba, agora companheira de escravidão
Personagens mudos: escrava e duas crianças, filhos de Polimestor e netos de Hécuba.
Mise en scène
A cena se passa em um acampamento grego na Quersoneso trácia; no meio fica a
tenda de Agamêmnon. O protagonista fazia o papel de Hécuba; o deuteragonista, de
Polixena, de Taltíbio e de Agamêmnon; e o tritagonista, de Polidoro, de Odisseu, da
Serva e de Polimestor.
Resumo
Manuscritos, edições, traduções
As principais edições modernas isoladas do texto da tragédia são as de Garzya (1955), Daitz (1973), Collard (1991), Justina Gregory (1999), Matthiessen (2010) e Battezzato (2018).
Traduções para o português: Jaime Bruna (1957), Mário G. Kury (1992), Christian Werner (2004), Moreira (2015), Torrano (2015, 22022) e Tereza Virgínia R. Barbosa (2022).