Ésquilo / Coéforas
Segunda tragédia da Oresteia, trilogia com a qual Ésquilo venceu o concurso de
tragédias das Dionísias Urbanas de
O título Coéforas, literalmente 'portadoras de libações', se deve ao fato de o coro entrar em cena levando libações para o túmulo de Agamêmnon.
As outras peças da trilogia eram as tragédias Agamêmnon e Eumênides, mais o drama satírico Proteu. O drama satírico se perdeu, mas as duas outras tragédias chegaram praticamente intactas até nós.
Hipótese
Orestes, agora adulto, retorna a Argos para vingar a morte do pai;
Esse mesmo tema foi utilizado anos depois por Sófocles, na Electra, e por Eurípides em uma tragédia de mesmo nome.
Dramatis personae
E mais o Porteiro do palácio real e a Ama de Orestes.
Mise en Scène
O fundo do cenário, como no Agamêmnon, representava a entrada do palácio real de Argos; outra porta representava o gineceu; no centro da orquestra, provavelmente, ficava o túmulo de Agamêmnon.
O protagonista fazia o papel de Orestes; o deuteragonista, de Electra e de Clitemnestra; o tritagonista, todos os outros papéis.
Resumo
Coéforas tem 1076 versos, distribuídos por 45 páginas da edição de Murray (1955), na qual se baseia o presente resumo.
Orestes, acompanhado pelo inseparável amigo Pílades, coloca uma mecha de cabelos no
túmulo de Agamênon e pede aos deuses apoio à sua vingança (Prólogo,
Electra, aconselhada pelo coro, faz as libações mas ora por si mesma, por Orestes e
pela vingança. Menciona que vive no palácio de seu pai como escrava. Orestes aparece,
Após um lamento cantado por Orestes, Electra e o Coro, Orestes é informado que
Clitemnestra enviou as libações fúnebres porque tivera um sonho; ele interpreta o sonho
e revela seus planos para a vingança. Electra retorna ao palácio (1º Episódio,
Orestes
Egisto chega e vai à procura de Orestes e Pílades para
O coro celebra a libertação e a purificação do palácio (3º Estásimo,
Passagens selecionadas
Manuscritos, edições e traduções
A única fonte completa da tragédia é o manuscrito Mediceus (Laurentianus 32.9), do século X.
A edição princeps é a Aldina, preparada por Franciscus Asulanus e publicada em Veneza em 1518. As mais importantes edições modernas isoladas da tragédia são a de Groeneboom (1949), a de Garvie (1986) e a de West (1991).
Esta tragédia foi já traduzida algumas vezes para o português; dispomos dos trabalhos de Lobo Vilela (1939), Daniellou (1975), Pulquério (1990) e Torrano (2004).