Eurípides / Electra
A Electra (gr.
A data é ainda relativamente incerta e nada sabemos das outras peças apresentadas por Eurípides no mesmo concurso, ou o prêmio obtido.
Argumento
Electra é a versão euripidiana da vingança final de Orestes, filho de Agamêmnon, rei de Micenas, contra os assassinos seu pai: a própria mãe, Clitemnestra, e Egisto.
Diferentemente de Ésquilo e de Sófocles, que abordaram o mesmo tema, Eurípides dá o destaque maior ao personagem de Electra, irmã de Orestes.
Personagens do drama
Personagem mudo: Pílades, filho de Estrófio, primo e amigo de Orestes.
Mise en scène
A cena se passa diante de uma simples casa de camponês da Argólida, região em que se localiza Micenas. O protagonista fazia o papel de Electra; o deuteragonista, o de Orestes; o tritagonista, os papéis do camponês, do velho, do mensageiro, de Clitemnestra e de Castor.
Resumo
A tragédia tem 1359 versos, distribuídos em cerca de 50 páginas da edição de Parmentier e Grégoire (1927), na qual este resumo se baseia.
O camponês com quem a aristocrática Electra foi obrigada a se casar pelos
assassinos do pai, Egisto e Clitemnestra, expõe a humilhante situação de Electra.
Pobremente vestida, ela entra carregando um pote de água e agradece a amizade e o apoio
do camponês. Orestes e Pílades chegam, acompanhados de servidores, e assistem
escondidos Electra lamentar a morte de Agamêmnon (Prólogo,
Electra descobre Orestes escondido. Ele finge ser um amigo dele próprio, que está
vivo e procura notícias da irmã. Electra relata seu sofrimento e o que ocorre
atualmente no palácio. O marido de Electra reaparece e oferece hospitalidade aos
visitantes; Orestes reconhece perante Electra seu valor (1º Episódio,
Um velho servidor de Agamêmnon vem trazer mantimentos para ajudar Electra e o marido
a hospedar os visitantes. Ele reconhece Orestes e revela a Electra que é ele seu
irmão ausente. Os três planejam a vingança e o velho sugere que Orestes e Pílades
entrem no palácio como estrangeiros, durante um sacrifício oferecido por Egisto.
Electra anuncia que preparará a morte da mãe e
Electra e o coro ouvem gritos. Um servidor de Orestes aparece, anuncia-lhes a morte
de Egisto e descreve os acontecimentos (3º Episódio,
Orestes e Pílades voltam, trazendo o corpo de Egisto. Electra fala ao Egisto morto o
que não pudera falar ao vivo, e Orestes vacila ao ver que a mãe se aproxima. Electra
Clitemnestra e Electra discutem, e a mãe mostra uma certa ponderação e algum
arrependimento; a filha, irreprimível desejo de vingança. Clitemnestra entra,
finalmente, na casa (4º Episódio,
Surgem Castor e Polideuces, deuses ex machina; Castor ordena a Orestes casar
Electra com Pílades e depois deixar Argos.
Manuscritos, edições e traduções
Electra é uma das tragédias alfabéticas, portanto a fonte mais importante é o manuscrito Laurentianus plut. 32.2, do século XIV, conservado atualmente na Biblioteca Laurenciana de Florença.
A primeira edição ocidental em grego — editio princeps — é a de Victorius, publicada em 1545. Principais edições modernas isoladas: Wecklein (1906), Parmentier e Grégoire (1927), Denniston (1939), Alt (1964), Cropp (1988, 22013) e Donzelli (1995).
Passagens selecionadas
- Eurípides / Electra 54-66
Traduções para o português: Maria Fernanda Brasete (1998), Trajano Vieira (2009) e Karen Sacconi (2012, não publicada).