Eurípides / Íon
Uma das tragédias completas de Eurípides, com 1622 versos.
Sumário
Íon (gr.
Estima-se que esta insólita tragédia tenha
participado de um dos concursos dramáticos de
Assim como outras tragédias euripidianas tardias, Íon tem “final
Outros temas importantes: cenas de reconhecimento
Personagens do drama

Íon é filho natural de Creusa e do deus Apolo; Creusa, filha de Erecteu, antigo rei de Atenas, está casada atualmente com Xuto, filho de Hélen. A pítia é a principal sacerdotiza de Apolo em Delfos, o Velho é um dos escravos de Creusa, assim como o Servidor.
O coro é formado pelas servas de Creusa. Hermes e Atena são divindades.
Argumento
Creusa, filha única do falecido Erecteu, rei de Atenas, vai a Delfos em companhia do marido, Xuto, para consultar o oráculo, pois sua esterilidade compromete a sucessão real em Atenas. No templo de Apolo a princesa encontra um adolescente, Íon, que na realidade é filho dela e de Apolo, abandonado por ela mesma anos antes e logo depois encaminhado pelo deus ao seu templo em Delfos. Xuto, após diversas cenas de suspense, é convencido pelo oráculo de que o rapaz é seu filho e, mais tarde, mãe e filho finalmente se reconhecem e seguem para Atenas em companha de Xuto.
Mise en scène

A cena se passa em Delfos, diante do templo de Apolo. No cenário, alguma coisa devia representar também o interior do templo, onde ficava o altar do deus.
O protagonista fazia o papel de Íon; o deuteragonista, de Creusa; e o tritagonista, de Xuto, do escravo, do mensageiro, da Pítia e de Atena.
Estrutura dramática
Manuscritos, edições, traduções
Íon pertence à família das peças alfabéticas e os principais mmss. são L e P, um de seus apógrafos.
Os mmss. trazem, antes do texto, uma hypóthesis do tipo narrativo, na maior parte extraída da própria peça e associada a [Dicearco]. Não há papiros conhecidos.
A editio princeps é a Aldina (Veneza, 1503). Principais edições isoladas da tragédia: Werner Biehl (Leipzig, 1979); Kevin Lee (Warminster, 1997); Gunther Martin (Berlin, 2018); Mirto (Milão, 2009); John Gibert (Cambridge, 2020).
Passagens selecionadas
A tragédia foi traduzida para o latim pela primeira vez por Collinus (Basileia, 1541), juntamente com as demais. Traduções isoladas para o português: Manuel Pulquério e Álvares (Lisboa, 1973); Frederico Lourenço (Lisboa, 1994); Marcelo Bourscheid (Curitiba, 2018).