Eurípides / Íon

Ἴων Ion E. Ion -413
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Uma das tragédias completas de Eurípides, com 1622 versos.

Sumário

Íon (gr. Ἴων) é um dos dramas “mais surpreendentes e desconcertantes de toda a tragédia grega”[1].

Estima-se que esta insólita tragédia tenha participado de um dos concursos dramáticos de -413, aproximadamente, mas nada sabemos dos dramas que a acompanhavam e dos demais participantes.

Assim como outras tragédias euripidianas tardias, Íon tem “final feliz”[2] e suas afinidades com a comédia são consideráveis. O tema da criança abandonada e posteriormente reencontrada pelos pais em um momento crítico, por exemplo, iria ser exaustivamente explorada pela Comédia Nova.

Outros temas importantes: cenas de reconhecimento

Personagens do drama

miniaturaA pítia de Delfos
  • Hermes
  • Íon
  • Coro
  • Creusa
  • Xuto
  • Pítia
  • Atena
  • Velho
  • Servidor

Íon é filho natural de Creusa e do deus Apolo; Creusa, filha de Erecteu, antigo rei de Atenas, está casada atualmente com Xuto, filho de Hélen. A pítia é a principal sacerdotiza de Apolo em Delfos, o Velho é um dos escravos de Creusa, assim como o Servidor.

O coro é formado pelas servas de Creusa. Hermes e Atena são divindades.

Argumento

Creusa, filha única do falecido Erecteu, rei de Atenas, vai a Delfos em companhia do marido, Xuto, para consultar o oráculo, pois sua esterilidade compromete a sucessão real em Atenas. No templo de Apolo a princesa encontra um adolescente, Íon, que na realidade é filho dela e de Apolo, abandonado por ela mesma anos antes e logo depois encaminhado pelo deus ao seu templo em Delfos. Xuto, após diversas cenas de suspense, é convencido pelo oráculo de que o rapaz é seu filho e, mais tarde, mãe e filho finalmente se reconhecem e seguem para Atenas em companha de Xuto.

Mise en scène

miniatura Templo de Apolo em Delfos

A cena se passa em Delfos, diante do templo de Apolo. No cenário, alguma coisa devia representar também o interior do templo, onde ficava o altar do deus.

O protagonista fazia o papel de Íon; o deuteragonista, de Creusa; e o tritagonista, de Xuto, do escravo, do mensageiro, da Pítia e de Atena.

Estrutura dramática

 

Manuscritos, edições, traduções

Íon pertence à família das peças alfabéticas e os principais mmss. são L e P, um de seus apógrafos.

Os mmss. trazem, antes do texto, uma hypóthesis do tipo narrativo, na maior parte extraída da própria peça e associada a [Dicearco]. Não há papiros conhecidos.

A editio princeps é a Aldina (Veneza, 1503). Principais edições isoladas da tragédia: Werner Biehl (Leipzig, 1979); Kevin Lee (Warminster, 1997); Gunther Martin (Berlin, 2018); Mirto (Milão, 2009); John Gibert (Cambridge, 2020).

Passagens selecionadas

A tragédia foi traduzida para o latim pela primeira vez por Collinus (Basileia, 1541), juntamente com as demais. Traduções isoladas para o português: Manuel Pulquério e Álvares (Lisboa, 1973); Frederico Lourenço (Lisboa, 1994); Marcelo Bourscheid (Curitiba, 2018).

Recepção

Biehl, Werner (1979) Euripides Ion. Leipzig: Teubner. A (1999) . Cidade: , 999-999. [disponível on-line] Gibert, John C. (2020) Euripides Ion. Cambridge U Press. Kitto, Humphrey D.F. (31961) Greek tragedy. London / New York: Routledge. Lee, Kevin H. (1997) Euripides Ion. Warminster: Aris & Phillips. Lourenço, Frederico (1994) Eurípides. Íon. Lisboa: Colibri. Martin, Gunther (2018) Euripides, Ion. Berlin / Boston: De Gruyter. Mirto, M. Serena (2009) Euripide, Ione. Milano: BUR. Pulquério, Manuel O. & Álvares, M. Manuela S. (1973) ‘Eurípides. Íon’. In Rocha Pereira, M. Helena (dir.), Eurípides. Lisboa: Verbo, 137-224.