Eurípides / Íon
Um dos dramas mais surpreendentes e desconcertantes de toda a tragédia grega
(Lourenço 1994, 14), o Íon (gr.
Estima-se que esta insólita tragédia tenha
participado de um dos concursos dramáticos de
Assim como outros dramas euripidianos tardios, Íon tem final feliz e suas
afinidades com a comédia são consideráveis. O tema da criança abandonada e
posteriormente reencontrada pelos pais em um momento crítico, por exemplo, iria ser
exaustivamente explorada pela Comédia Nova. Kitto (1990, p. 221), efetivamente,
tragicomédia
...
Argumento
Creusa, filha única do falecido Erecteu, rei de Atenas, vai a Delfos em companhia do marido, Xuto, para consultar o oráculo, pois sua esterilidade compromete a sucessão real em Atenas. No templo de Apolo a princesa encontra um adolescente, Íon, que na realidade é filho dela e de Apolo, abandonado por ela mesma anos antes e logo depois encaminhado pelo deus ao seu templo em Delfos. Xuto, após diversas cenas de suspense, é convencido pelo oráculo de que o rapaz é seu filho e, mais tarde, mãe e filho finalmente se reconhecem e seguem para Atenas em companha de Xuto.
Personagens do drama
Mise en scène
A cena se passa em Delfos, diante do templo de Apolo. No cenário, alguma coisa devia representar também o interior do templo, onde ficava o altar do deus. O protagonista fazia o papel de Íon; o deuteragonista, de Creusa; e o tritagonista, de Xuto, do escravo, do mensageiro, da Pítia e de Atena.
Resumo
Manuscritos, edições, traduções
Principais edições isoladas da tragédia: Owen (1939), Burnett (1970), Biehl (1979) e K.H. Lee (1997).
Passagens selecionadas
Traduções isoladas para o português: Pulquério e Álvares (1973), Frederico Lourenço (1994).