Estrutura básica das tragédias
A tragédia grega clássica
A linguagem da tragédia tem caráter elevado e os versos são altamente estilizados. A sequência de cenas declamadas ou cantadas também é elaborada e relativamente complexa.
O metro habitual das declamações é o trímetro iâmbico e, menos frequentemente, o tetrâmero trocaico; nos cantos corais, o metro varia bastante. A dicção e o ritmo refletem a solenidade, a formalidade ou informalidade do enunciado e as emoções transmitidas pelo
Aristóteles, o mais antigo comentador de tragédias que chegou a nossos dias, assinalou (Poética
Prólogo é tudo o que antecede a entrada do coro, que entra em cena um pouco antes do párodo, o primeiro dos cantos corais. Os episódios são as partes declamadas entre os estásimos, cantos corais posteriores ao párodo. Êxodo é tudo o que vem depois do último canto coral. As tragédias têm, tipicamente, três a cinco episódios e estásimos.
As variações desse esquema básico, particularmente a passagem de uma parte a outra, são numerosas e cada tragédia tem suas particularidades. A sequência padrão com partes dialogadas separadas por cantos corais (gr. sg. χορικόν) é, porém, reconhecível em todas as tragédias sobreviventes.
Cantos corais trágicos
Os cantos corais variam em termos de extensão, estilo, ritmo, estruturação e melodia, este um elemento quase totalmente desconhecido até o momento.
Prólogo, episódios e êxodo também têm extensão variável e podem conter mais de uma “cena”, marcada pela entrada ou saída de personagens. Nos diálogos dramáticos, cada ator em geral declamava alguns versos, mas às vezes um deles fazia um longo discurso ou rhesis (gr. sg.
Os diálogos podem também ocorrer entre um ator e o coro. Quando o diálogo é declamado, o ator e o coro utilizam o trímetro ou o tetrâmero; nos diálogos líricos, ambos cantam e o metro utilizado é o mesmo dos cantos corais.