Eurípides / Electra 54-66
No trecho selecionado, parte do Prólogo, Electra lamenta sua terrível situação atual perante o marido, um camponês simples e trabalhador.
ELECTRA
Ó noite negra, alimento de estrelas de ouro,
com este vaso que carrego sobre a cabeça
vou buscar água no rio,
não que uma necessidade tenha levado a isso,
mas para mostrar a insolência de Egisto aos deuses
e lançar ao vasto éter os lamentos por meu pai.
Pois a funesta filha de Tíndaro, minha mãe,
expulsou-me de casa para agradar a Egisto;
como teve outros filhos com ele,
para ela Orestes e eu estamos a mais na casa.
TRABALHADOR
Porque, ó desafortunada, fatiga-se por minha causa
com esses trabalhos, depois de ser criada na opulência,
e não deixa de fazer isso, como estou dizendo?