Posídon

Ποσειδῶν Posídon em Roma: Netuno
ἧκεν οὖν πρῶτος Ποσειδῶν ἐπὶ τὴν Ἀττικήν, καὶ πλήξας τῇ τριαίνῃ κατὰ μέσην τὴν ἀκρόπολιν ἀπέφηνε θάλασσαν.

Posídon foi o primeiro a vir à Ática e, com um golpe
de seu tridente no meio da acrópole, fez surgir um mar.

Deus do mar, porém com fortes ligações terrestres; um dos doze deuses do Olimpo.

miniaturaPosídon

Embora seu domínio estivesse basicamente entre as vagas, as tempestades e os animais marinhos, era também capaz de provocar terremotos e de fazer brotar nascentes.

Posídon é um dos deuses olímpicos citado nas tabuinhas em linear B de Pilos e de Cnossos. Primitivamente, relacionava-se com a terra e com os cavalos, como se depreende de um de seus epítetos mais frequentes, abalador da terra, e das lendas em que é mostrado como pai de cavalos com poderes sobrenaturais (Aríon e Pégaso, por exemplo).

Em algum momento da Idade das Trevas começou a ser cultuado como deus marinho. Em Homero, por volta de -750, ele já é mostrado como o senhor definitivo dos mares, a quem as divindades marinhas mais antigas, Nereu e Proteu, entre outras, estavam subordinadas.

Os gregos consideravam-no, tradicionalmente, filho de Crono e de Reia, e portanto irmão de Zeus, Hades, Hera, Deméter e Héstia. Foi durante a titanomaquia que recebeu dos ciclopes seu instrumento característico, o tridente.

Mitos

miniaturaAtena e Posídon competem

Na época em que os deuses foram escolhidos como patronos das cidades, Posídon foi preterido em várias disputas: em Corinto, perdeu para Hélio; em Argos, para Hera; em Egina, para o próprio Zeus. O caso mais famoso, no entanto, foi a competição com Atena pela cidade de Atenas. Posídon fez brotar uma fonte na acrópole, e a deusa plantou a primeira oliveira; os outros deuses arbitraram a disputa, e Atena foi a vencedora.

Lutou ao lado de Zeus durante a gigantomaquia mas, em outra ocasião, rebelou-se contra o irmão. Derrotado, teve que servir o rei Laomedonte, de Troia, durante um ano, juntamente com seu sobrinho, Apolo. É personagem de muitos outros mitos, como o das danaides, o de Cefeu e Cassiopeia, o do Minotauro e o de Odisseu, entre outros. Ver em outras partes do Portal, abaixo.

Os filhos de Posídon

Embora casado com a nereida Anfitrite, a maioria de seus filhos veio das aventuras com numerosas amantes. Note-se que o gosto de Posídon por mulheres era extremamente amplo. Ao lado de belas mulheres, como sua irmã Deméter e a bela Amímone, uma das danaides, conta-se que se atreveu a engravidar a monstruosa Medusa, uma das três górgonas, da qual nasceu Pégaso. Algumas tradições relatam, ainda, que ele teve uma aventura com o jovem Pélops, filho de Tântalo.

miniaturaPosídon e Pélops

Muitos de seus numerosos filhos eram perigosos e violentos, como o caçador Órion, o ciclope Polifemo e o bandido Círon; outros, no entanto, eram “bonzinhos”, como o cavalo alado Pégaso e Tritão.

Posídon figura também na origem de muitas famílias míticas: foi pai de alguns heróis, e.g. Belerofonte, Teseu e Hipotoon, e ancestral de vários fundadores de cidades, e.g. Náuplio, fundador de Náuplia, e Mínias, fundador de Orcômeno.

Iconografia e culto

Nas pinturas e esculturas Posídon habitualmente tem longas barbas e carrega um tridente; às vezes é mostrado em uma carruagem que caminha sobre as ondas ao lado de tritões, nereidas, monstros e animais marinhos.

Passagens selecionadas

Durante o Período Micênico, Posídon era a principal divindade de Pilos e Tebas. Na época clássica e helenística, era cultuado em diversas cidades; seus templos mais famosos ficavam em Corinto, no cabo Súnion (Ática) e no monte Mícale (Ásia Menor).

Os Jogos Ístmicos, cebrados no Istmo de Corinto, eram celebrados em sua honra. Em Onquesto, Beócia, uma corrida de cavalos era dedicada a ele.