Pélops

Pélops (gr. Πέλοψ), que em algumas histórias foi morto pelo pai, Tântalo, foi salvo pelos deuses depois do malfadado banquete, mas teve que deixar a Lídia (ou Frígia) em virtude de uma guerra com Ilo, antigo rei troiano.

miniatura Pélops, Enômao e Hipodâmia

Emigrou para a Grécia e se instalou no Peloponeso, região assim chamada, posteriormente, em sua homenagem.

Pouco depois de chegar à região, quis se casar com Hipodâmia, filha de Enômao, rei da Élida e filho do deus Ares. Enômao recusava sistematicamente os pretendentes e, para afastá-los, estabeleceu que a mão de Hipodâmia seria o prêmio do vencedor de uma corrida de carros contra ele; quem não o vencesse, morreria.

O rei tinha cavalos divinos, presentes do próprio Ares; havia vencido facilmente os doze primeiros pretentendes e cortado suas cabeças, que pendurara na porta de sua casa para desencorajar os pretendentes seguintes.

Mas Hipodâmia apaixonou-se por Pélops e o ajudou a subornar o cocheiro do rei, Mírtilo, que sabotou o carro de Enômao e assegurou a vitória de Pélops. O casal e o cocheiro tiveram de fugir e posteriormente, por razões obscuras, Pélops teve de matar Mírtilo, que lançou-lhe, segundo alguns mitógrafos, a maldição que marcaria a família daí em diante.

miniatura Hipodâmia, Pélops e Mirtilo

Pélops e Hipodâmia tiveram vários filhos; os três mais importantes são Piteu, Atreu e Tiestes. Os dois últimos ficaram famosos pelo intenso ódio que dedicaram um ao outro. A partir de Atreu, cujos descendentes eram chamados de atridas (gr. ἀτρεΐδαι), começa a maldição dos atridas, uma longa lista de crimes e vinganças familiares sangrentas.

A origem da maldição é controversa: além do episódio de Mírtilo, alguns mitógrafos relatam que, por instigação da mãe, Atreu e Tiestes mataram um filho bastardo de Pélops e foram amaldiçoados pelo pai.

O nome de Pélops relaciona-se, também, com a instituição dos primeiros jogos olímpicos.