A Idade das Trevas

-1100 a -750

Com a destruição dos últimos palácios micênicos por volta de -1100 e com a desagregação do sistema social controlado e mantido por eles, a brilhante e sofisticada cultura grega da Idade do Bronze desapareceu.

miniaturaCerâmica geométrica

As comunidades diminuíram, empobreceram, isolaram-se, as trocas comerciais reduziram-se a quase nada. Extinguiu-se, praticamente, o contato constante entre os gregos e as adiantadas culturas da Ásia Ocidental.

Tão rápido e intenso foi o declínio do mundo micênico que os gregos dos tempos posteriores não se lembravam do esplendor da Idade do Bronze a não ser de modo vago e impreciso, como um tempo de deuses, heróis e lendas.

Após quase duzentos anos de estagnação cultural, no entanto, as comunidades começaram novamente a se desenvolver e a se organizar em cidades. Os primeiros templos comunitários foram construídos, o uso do ferro tornou-se cada vez mais comum, a produção de alimentos e a população do continente aumentaram e um movimento contínuo de migração e fundação de novas cidades além-mar foi iniciado.

Resquícios de padrões micênicos na Literatura, na Religião e, surpreendentemente, nas escassas obras de arte posteriores a -900 revelam que nem todos os conhecimentos adquiridos pelos gregos durante a Idade do Bronze haviam sido perdidos. Como bem disse Finley, “a menos que a própria vida seja destruída numa região, sempre há algum tipo de continuidade”.

A Idade das Trevas foi, seguramente, um período formativo, e não um simples período de transição. Praticamente todos os processos políticos, sociais e artísticos que se desenvolveram no Período Arcaico e atingiram o auge durante o Período Clássico começaram durante esses séculos não totalmente obscuros.