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Os gigantes e a gigantomaquia

As Moiras combatem os gigantesAs Moiras combatem os gigantes

A primeira contestação, i.e., a primeira rebelião contra Zeus foi iniciativa de Gaia, sua avó.

Gaia realmente não suportava que nenhum de seus filhos ficasse preso, como se viu na rebelião contra Urano. Algum tempo depois da titanomaquia ela criou os gigantes, a partir do sangue de Urano que caiu sobre ela quando ele foi mutilado.

Os gigantes (gr. Γίγαντες) eram seres enormes, fortíssimos e de aspecto aterrador, às vezes representados com serpentes ao invés de pernas. Embora mortais, só podiam ser vencidos simultaneamente por um deus e por um mortal. A gigantomaquia (lit. 'luta contra os gigantes') começou assim que os gigantes foram criados. Eles imediatamente começaram a alvejar o Olimpo com grandes árvores em chamas e rochedos enormes.

miniaturaZeus, Atena e Héracles em combate

Zeus, ajudado por seus irmãos, irmãs e filhos divinos, porém, enfrentou-os e venceu. Consta que além dos deuses olímpicos, diversas divindades pré-olímpicas antigas lutaram ao lado de Zeus, como por exemplo a deusa Hécate. O principal aliado mortal de Zeus foi seu próprio filho, Héracles, pois a gigantomaquia ocorreu antes de sua apoteose.

Os raios de Zeus e as flechas de Héracles liquidaram muitos adversários e algumas lutas particulares durante a batalha foram conservadas pelo mito: a de Posídon contra Polibotes, a de Atena contra Alcioneu, Palas e Encélado, a de Hera contra Porfírion, a de Apolo contra Efialtes, a de Dioniso contra Êurito, a de Hécate contra Clítio, a das Moiras contra Ágrio e Toas, a de Hermes contra Hipólito e a de Ártemis contra Grátion, entre outras.

Tício e Anteu

Dois seres gigantescos, Tício e Anteu, são considerados filhos de Gaia, talvez por analogia com os gigantes propriamente ditos.

Tício participa da lenda de Letó e sua origem é bastante controversa. O poeta da Odisseia (11.576-81) afirma que ele era filho de Gaia; o do Catálogo das Mulheres (F 45 Most), de Zeus e Elara, possivelmente uma mortal; Ferécides (FGrH 3 F 55-6), por sua vez, especifica que Zeus escondeu a amante grávida sob a terra, devido aos ciúmes de Hera, e que por isso a criança nasceu da terra (= de Gaia).

A ligação entre Gaia e Anteu, um dos mais fortes adversários de Héracles (Pi. I. 52-60), é mais problemática e encontrada apenas no Período Greco-romano. Ferécides (FGrH 3 F 17) conta que ele era filho de Posídon, mas mitógrafos tardios (e.g. Ov. Met. 9.183-4) sustentam que ele era filho de Gaia e que drenava sua força do contato com a terra.

Iconografia

A gigantomaquia foi um dos temas mais utilizados em quase todos os períodos artísticos, com representações da luta em geral ou de combates particulares entre um deus e um gigante.

Nos vasos de cerâmica, cenas da luta entre deuses e gigantes aparecem a partir de -560, mais ou menos; nos relevos dos templos e outros edifícios, um pouco depois disso, como por exemplo no Tesouro dos Sifnianos em Delfos. Uma das mais famosas obras de arte com esse tema era o Altar de Zeus em Pérgamo, datado de -428/-156. Há representações de cenas gerais do combate, e.g. [Ilum. 0429] e [Ilum. 1256]), ou de lutas individuais, e.g. [Ilum. 0274] e [Ilum. 0803].

Para as representações de Anteu e Tício, ver sinopses correspondentes.