Eurípides / Andrômaca
Uma das tragédia completas de Eurípides, com 1288 versos, que dramatiza eventos posteriores à Guerra de Troia.
Sumário
A tragédia, um dos mais importantes dramas antibélicos de Eurípides[1], data dos
primeiros anos da Guerra do Peloponeso e estreou provavelmente em
Nada sabemos dos outros dramas da tetralogia, nem da premiação no concurso trágico.
No argumento atribuído a Aristófanes de Bizâncio, a frase
Andrômaca é uma tragédia de
Personagens do drama

O coro é formado por mulheres da Ftia; Andrômaca, viúva do herói troiano Heitor, é atualmente concubina de
Neoptólemo, filho de Aquiles. Menelau, rei de Esparta, é pai de Hermíone e tio de Orestes; o menino é filho de
Andrômaca e Neoptólemo; Peleu é avô de Neoptólemo; Orestes, filho de Agamêmnon, é primo de Hermíone. Tétis, uma
divindade, é
O nome do menino, filho de Andrômaca e Neoptólemo, não é mencionado no texto da tragédia. Na lista de personagens que precede o texto, ele é identificado como Molosso.
Argumento
O enredo se baseia em variantes dos mitos de Andrômaca, Neoptólemo e Orestes após a guerra de Troia e
após a morte de Clitemnestra. A tragédia se desenvolve em três partes: na primeira, há uma acirrada disputa entre
Andrômaca e Hermíone, esta auxiliada por Menelau
Andrômaca, refugiada no templo de Tétis, relembra a época em que viva feliz em Troia; agora é concubina de
Neoptólemo e teve um filho com ele. Informa que Neoptólemo está em Delfos, que escondeu seu filho em outro lugar e que
Hermíone e Menelau procuram o menino e pretendem
Menelau chega ao palácio com Molosso e, mediante um engano, consegue tirar Andrômaca do altar; seus guardas prendem Andrômaca e o menino e todos saem. Após o intervalo coral, Andrômaca e o menino estão a ponto de serem mortos e lamentam sua sorte; Menelau se mostra inflexível diante das súplicas. O idoso Peleu entra em cena, enfrenta Menelau e após áspero diálogo resgata Andrômaca e seu filho; Menelau simplesmente volta para Esparta, abandonando a filha à sua sorte.

Hermíone e a Ama lamentam a situação de Hermíone, que teme a reação do ausente Neoptólemo e quer se suicidar, mas é
impedida pela Ama. Surge Orestes, a quem Hermíone revela sua desdita e seus temores; ele a tranquiliza, promete
Peleu, Andrômaca e o filho retornam à cena e tomam conhecimento da fuga de Hermíone e Orestes; o Mensageiro então relata os detalhes da morte de Neoptólemo em Delfos. Chega o cadáver do filho de Aquiles e, após um canto de lamento entre Peleu e o Coro, a deusa Tétis aparece ex machina e revela o destino final de Peleu, Andrômaca e o menino: Peleu se tornará um deus e Andrômaca e o filho reinarão na terra dos Molossos.
Mise en scène
A cena se passa na Ftia, Tessália, não muito longe da casa de Neoptólemo, cuja entrada fica provavelmente no centro
do cenário. Ao fundo,
O protagonista provavelmente fazia os papéis de Andrômaca, Orestes e Tétis; o deuteragonista, de Hermíone, Menelau e do mensageiro; e o tritagonista representava a escrava, Peleu e a Ama de Hermíone.
O filho de Andrômaca foi representado, provavelmente, por um
Estrutura dramática
Prólogo 1-116: monólogo de Andrômaca
Párodo 117-146:
1º Episódio 147-273:
1º Estásimo 274-308:
2º Episódio 309-463:
2º Estásimo 464-544:
3º Episódio 545-765:
3º Estásimo 766-801:
4º Episódio 766-1008:
4º Estásimo 1009-1046:
Êxodo 1047-1288:
Manuscritos, edições e traduções
Andrômaca é uma das tragédias selecionadas, presente nos manuscritos da
primeira família. O mais antigo, o Louaniensis deperditus (Universidade de Louvain, sæc.
Dispomos também de uma boa quantidade de papiros fragmentários; os mais extensos são os P.Oxy 3650, 449, 2543 e 2335. Os mais antigos datam do século II.
Passagens selecionadas
A tragédia é precedida nos mmss. de duas hypótheseis, uma delas atribuída a Aristófanes de Bizâncio e a outra às Histórias de Eurípides, de [Dicearco].
A editio princeps é a de Janus
Em português, dispomos das traduções isoladas de José Ribeiro Ferreira (Coimbra, 1971), Priscila Buse (Curitiba, 2015) e Roosevelt Rocha (Curitiba, 2019).