Museu
Diz Museu: para os mortais é agradável cantar.
Músico / poeta semilendário, treinado por Apolo e pelas próprias musas, segundo [Eurípides] (Reso
Museu é uma espécie de “duplo” ático de Orfeu (Pausânias 2.7.2), de quem teria sido discípulo (Suda. s.v.).
Era também considerado pelos atenienses um profeta ou, pelo menos, um respeitado autor de oráculos, rituais místicos
(Platão, Protágoras 316d; República 363c;
Vida
Algumas tradições o situam antes de Homero, na época dos primeiros reis míticos de Atenas, mas se ele realmente existiu
deve ter vivido no século
Diodoro Sículo (1.96.2) informa que ele esteve no Egito e que, na ocasião em que Héracles realizou seu 12º Trabalho, cuidava dos ritos iniciáticos dos Mistérios de Elêusis (4.25.1).
A
tradição ateniense conta que ele morreu idoso e foi enterrado a sudoeste da acrópole, na colina onde costumava
cantar, intitulada
Obras
A Eumolpia, em versos hexâmetros, e um hino a Deméter, provavelmente também em hexâmetros, a julgar pelos hinos homéricos, foram atribuídos a ele por Pausânias (10.5.6; 1.22.7 e 4.1.5), que conservou dois versos do primeiro poema, que justamente mencionam os antigos oráculos de Gaia em Delfos. Pausânias acreditava, no entanto, que apenas o hino a Deméter, escrito para a família sacerdotal dos Licomidas, havia sido efetivamente criado por Museu.
A literatura oracular era, aliás, uma das características marcantes das obras ligadas a Museu, e Heródoto (7.6.3) lembra que o compilador de oráculos
Onomácrito foi surpreendido fazendo acréscimos aos oráculos da coleção que, segundo a tradição ateniense, foi proferida pelo poeta. Parece que uma dessas interpolações
era a previsão de que a ilha de Lemnos desapareceria no mar, e outra a história de Museu ter recebido de Bóreas o dom de voar (Pausânias 1.22.7). Pausânias (10.9.11)
conservou parte de um dos oráculos referentes à batalha naval de Egospótamos (
Dessas obras temos apenas fragmentos esparsos ou apenas o título. Eis uma pequena lista das demais: um poema com preceitos para seu filho Eumolpo em 4.000 versos (Suda s.v.
Todas as fontes se caracterizam por rápidas menções ou curtas passagens sobre Museu e suas obras. As mais importantes são Heródoto 7.6.3 e 8.96.2; Platão Protágoras 316d, República 363c e