O verso épico
Para os gregos e outros povos da Antiguidade, um poema se caracterizava pelo arranjo de sílabas longas e breves que dava à composição, quando declamada, uma musicalidade característica.
A poesia foi usada pelos gregos extensivamente na epopeia, na lírica, na tragédia e na comédia.
Os poemas eram organizados em versos, unidades rítmicas padronizadas que com o advento da escrita foram convencionalmente dispostas de modo a ocupar uma linha do texto. Não havia rimas, costume que se desenvolveu muito mais tarde com o advento do Cristianismo e da poesia religiosa.
A poesia grega usava vários metros, combinações de sílabas longas (
- dáctilo:
− ⏑ ⏑ - anapesto:
⏑ ⏑ − - iambo:
⏑ − - troqueu:
− ⏑ - espondeu:
− − - peon:
− ⏑ −
Variações dos pés básicos eram também comumente utilizadas. A substituição de um pé dáctilo por um pé espondeu, por exemplo, era bastante frequente.
Os dois tipos mais antigos de metro são o hexâmetro e o iambo. Uma das mais antigas inscrições gregas conhecidas, a da taça de Nestor, tem três versos, sendo o primeiro um iambo e os dois outros, hexâmetros.
Os poetas escolhiam os ritmos de seus versos segundo o efeito que desejavam
produzir. Nas comédias, por exemplo,
O hexâmetro dactílico ou heroico
era essencialmente constituído de
seis pés dactílicos ou seus equivalentes espondeus, cada um com um elemento bem marcado
e outro mais fraco. O tempo
bem marcado correspondia sempre a uma sílaba longa, e o
tempo
fraco a uma sílaba longa ou duas breves. Havia geralmente uma pausa
ou
cesura no meio do verso (terceiro pé), de modo a permitir a respiração do
declamador...
Eis a estrutura métrica do primeiro verso da Ilíada de Homero, composto por
volta de