Lino
Os antigos relatos sobre a origem e a vida do músico Lino são bastante divergentes e podem eventualmente se referir a mais de um personagem com o mesmo nome.
Sumário
Uma dessas referências considera Lino (gr.
Mitos
De acordo com praticamente todos os relatos, Lino era um músico ímpar e é considerado pelos autores antigos o inventor do ritmo e de várias melodias, em especial canções tristes e lamentos. Seus mitos se relacionam com a Argólida, a Beócia e a Eubeia, mas em geral ele é considerado tebano (Diógenes Laércio 1.3). Foram seus discípulos: Héracles, Tamiris, Orfeu (Diodoro Sículo

Uma das lendas mais conhecidas é a da tentativa de ensinar música (ou a escrita, Teócrito educacionais
da época, Lino espancava o aluno com frequência,
dada sua pouca aplicação nos estudos musicais. Como paciência e resignação também não faziam parte das virtudes do jovem herói,
certo dia ele finalmente se irritou com o velho mestre e o matou com a própria lira (Apolodoro 2.4.9; D.S.
Outra versão, provavelmente de origem beócia, conta que Lino tentou rivalizar com Apolo e o deus, irritado com a pretensão, o matou (Paus. 9.29.6) na Eubeia, com uma flecha (Diógenes Laércio 1.4).
Bem menos conhecido é o mito do Lino filho de Psâmate e Apolo (Conon 19; Pausânias 1.43.7), que se relaciona com um culto de Argos;
Um pouco além dos mitos
Lino
também pode ser, por outro lado, apenas uma personificação do canto ateniense homônimo, triste e lamentoso, e nesse caso se trata de assimilação
bem antiga, que remonta talvez à Ilíada (
Diógenes Laércio (1.4) afirma que Lino compôs um poema sobre a origem do mundo, o curso do Sol e da Lua e a gênese dos animais e das plantas, e conservou a primeira frase do poema:
Na época clássica, tratados filosóficos e místicos foram atribuídos a Lino, talvez por identificação com Orfeu, que em pelo menos uma das versões do mito era considerado seu irmão (Apollod. 2.4.9).
Fontes e recepção
As principais fontes sobre Lino são Hesíodo F 305-6 MW, Eurípides Héracles
O tema da morte de Lino às mãos de Héracles foi utilizado pelos pintores de vasos de figuras vermelhas no século
É possível que o drama satírico Lino, de Aqueu de Erétria[2], tenha utilizado a lenda de Lino e Héracles (F 26), assim como fez Teócrito em seu poema épico Héracles Criança (24). Eurípides mencionou Lino brevemente no seu Héracles (
Além do culto em Argos, mencionado acima, havia perto do Monte Helicon, na Beócia, uma imagem de Lino em uma rocha oca, em forma de gruta, onde anualmente eram oferecidos sacrifícios e se cantava músicas tristes (gr.