Antíope, Anfíon e Zeto
Os gêmeos Anfíon (gr.
Sumário
Antíope e Zeus
Zeus se enamorou de Antíope e assumiu a forma de um sátiro para se unir a ela (
Nicteu se matou, desesperado, mas antes encarregou o irmão, Lico, de vingar a honra da família. Lico,
agora rei, atacou Sicíon, matou Epopeu e levou Antíope prisioneira para Tebas. Em Eleuteras, perto do
Monte
O reencontro
De volta à
Dirce exigiu que os pastores entregassem a ela a “escrava fugitiva” e os dois já iam obedecer a rainha quando o pastor que cuidara deles reconheceu Antíope e avisou os irmãos a tempo. Para castigar Dirce pelos maus tratos à mãe, Anfíon e Zeto então a amarraram nos chifres de um touro selvagem.
Pouco depois da morte da rainha, Lico apareceu à sua procura e só não morreu às mãos de Anfíon devido
à intervenção de Hermes, que o fez renunciar ao trono de Tebas em favor dos sobrinhos (E. F
Edificações e casamentos
Zeto era forte, ativo e apreciava caçar e cuidar dos rebanhos; Anfíon era mais contemplativo e tinha
grande talento musical. Seu
Os dois, juntos, ergueram muros em torno da Cadmeia, e foram os primeiros a
Anfíon se casou com Níobe, filha de Tântalo, rei da Lídia, e teve muitos filhos e filhas (os nióbidas). Zeto se casou com Tebe, ninfa da fonte homônima e uma das fihas de Asopo, e foi em sua homenagem que Tebas recebeu o nome (B. 9.54; Apollod. 3.5.6). Anfíon se matou ou foi morto por Apolo, depois que o deus e sua irmã Ártemis mataram os nióbidas (ver a sinopse Níobe). As fontes antigas nada dizem sobre a morte de Zeto mas, segundo a tradição, os dois irmãos foram sepultados juntos (Paus. 10.32.11) em Tebas.
Variantes
Segundo Pausânias (2.6.2), Nicteu atacou Sicíon, mas morreu durante a luta e seu irmão Lico assumiu o trono e sua vingança contra Antíope e Epopeu.
Pausânias (9.17.6-7) conservou também uma versão provavelmente tardia na qual Antíope foi enlouquecida por Dioniso por ter contribuído para
a morte de Dirce, grande devota do deus. Antíope errou por várias regiões da Beócia, como as prétides,
até que Foco, neto de Sísifo e herói epônimo da Fócida,
Fontes e culto
O mito remonta aos poemas homéricos, a Eumelo de Corinto e a Ásio (ver n. 1 infra e o texto da sinopse). Há muitas
outras referências esparsas (e.g. Catálogo das Mulheres, Metamorfoses de Ovídio) e escólios (e.g do escoliasta de Apolônio de Rodes),
mas as fontes principais são os fragmentos da Antíope, tragédia de Eurípides representada c.
Antíope, Anfíon e Zeto eram honrados em Tebas como heróis, e lá havia pelo menos um templo dedicado ao culto de Anfíon, o Ampheum (X. HG 5.4). Em Sicíon, Antíope tinha uma imagem criselefantina e era cultuada no templo de Afrodite (Paus. 2.10.4).
Dirce era, primitivamente, a náiade de uma fonte tebana, próxima à Cadmeia[3], cujas águas haviam sido consagradas a
Dioniso. Posteriormente,
Representações e influências
As primeira obras gregas de arte influenciadas pelo mito são três vasos da Magna Graecia, datados do século
A representação do encontro de Antíope e Zeus, na forma de sátiro, foi tema relativamente comum entre os artistas neoclássicos, especialmente pintores como Van Dick, Rembrandt, Watteau, Correggio, Goltzius, Ticiano e Pussin, entre outros. Dirce foi representada sozinha, na escultura, por Antonio Canova (1757/1822) e por Lorenzo Bartolini (1777/1850) no início do século XIX.
A versão euripidiana do mito influenciou Platão, que cita diversas passagens da Antíope no diálogo Górgias
Em tempos modernos a influência do mito é também razoável: há poemas, balés, óperas, romances e até um concerto para violino, o Violin Concerto No.2 “Amphion” (1971) de Iain Hamilton (1922/2000).