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A comédia intermediária

μέση κωμῳδία Media comoedia

Esse gênero cômico está cronologicamente situado entre o final da comédia antiga, c. -400, e o início da comédia nova do Período Helenístico, c. -320.

As duas últimas comédias de Aristófanes, Assembleia de Mulheres e Pluto, pertencem a esta fase.

miniatura Cena com atores cômicos

Com exceção desses dois dramas, da comédia intermediária só nos restam títulos e alguns fragmentos, a maior parte conservada por Ateneu. Apesar disso, o estudo desse material revelou características próprias do gênero.

Ao longo do século -IV houve um certo enfraquecimento da crítica política e das paródias mitológicas burlescas. Predominaram sátiras dos mitos e da vida doméstica e o recurso a personagens estereotipados, e.g. o cozinheiro, a hetera[1], o pederasta, o soldado e o parasita.

Do ponto de vista estrutural, são notáveis a progressiva redução do coro, que praticamente desapareceu nas comédias de Aristófanes mencionadas acima. Os fragmentos sugerem que os coros não desapareceram completamente, mas tinham muito pouca participação no drama, exceto talvez um pouco de dança para marcar interlúdios musicais que separavam os episódios e ocasionais diálogos com os atores.

A mudança não ocorreu, naturalmente, de forma abrupta: a comédia antiga ficou cada vez menos política, mais social e mais cosmopolita. Filósofos, políticos e poetas trágicos, notadamente Eurípides, continuaram porém a ser satirizados.

Os poetas mais importantes da comédia intermediária são:

Filetero era um dos filhos de Aristófanes, expoente da comédia antiga.

É preciso lembrar, ainda, que a vida de alguns poetas da comédia antiga (e.g. Aristófanes e Platão Cômico) se estendeu ao século -IV. Do mesmo modo, alguns poetas da comédia intermediária (e.g. Aléxis) não desapareceram depois de -320.