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Teócrito

Θεόκριτος Theocritus Poeta Bucolicus Theoc.

O maior dos poetas helenísticos e o último grande poeta grego, autor de idílios pastorais e mimos.

Sumário

Biografia

Praticamente tudo que sabemos a respeito de Teócrito baseia-se em sua própria obra.

Nasceu por volta de -300 em Siracusa, na Sicília, onde viveu até -275, mais ou menos; seus pais se chamavam Praxágoras e Filira.

A julgar por alguns de seus poemas, deve ter conhecido várias regiões da Magna Graecia.

Viveu algum tempo na ilha de Cós onde, aparentemente, tinha laços familiares. Esteve também no Egito e frequentou a corte de Ptolomeu II Filadelfo (-308/-246); supõe-se que esteve novamente em Cós algum tempo depois e que compôs suas últimas obras por volta de -265/-260. Teócrito era, portanto, contemporâneo de Calímaco e também viveu algum tempo em Alexandria.

miniaturaTeócrito

Nada mais sabemos de sua vida, nem mesmo o local e a data exata de sua morte.

Obras sobreviventes. Sinopses

Os principais poemas de Teócrito são conhecidos coletivamente por idílios (do gr. sg. εἰδύλλιον, ‘pequeno poema’) devido à sua pequena extensão — de 100 a 200 versos, às vezes menos. Chegaram até nós cerca de trinta idílios, alguns epigramas e um poema figurado, A Flauta (Syrinx). A autoria de muitos idílios, de vários epigramas e de A Flauta é ainda disputada.

Os idílios podem ser reunidos em três grupos:

  1. idílios pastorais ou bucólicos (do gr. βούκολος, ‘boieiro’);
  2. mimos dramáticos e líricos;
  3. pequenos poemas em versos épicos (gr. ἐπύλλια, sg. ἐπύλλιον).

Sinopses disponíveis:

Características da obra

Como poeta, Teócrito tinha indubitavelmente bom gosto, inventividade e habilidade técnica (Dihle, 1994). Os diálogos de seus poemas, em especial os dos mimos, foram inspirados pela obra de um compatriota mais antigo, o siracusano Sófron[1]; os contos épicos, pela epopeia; mas a poesia pastoral, modelo e origem de todo um gênero literário, o Arcadismo, é criação de Teócrito.

Teócrito recorreu ao hexâmetro dactílico, razoavelmente semelhante ao dos poemas homéricos, na grande maiorias dos poemas.

Os versos de Teócrito mostram preocupação com a forma, mas sem a pedante erudição alexandrina. O vocabulário é simples, as numerosas comparações e os diálogos são curtos e naturais; nos idílios bucólicos, inclusive, está presente o dialeto dórico, utilizado pelos pastores sicilianos.

A erudição está também ausente dos epýllia: os heróis são retratados mais próximos dos homens do que dos deuses e mostrados frequentemente em cenas comuns do dia a dia.

Nos mimos, o realismo e as cenas corriqueiras da vida humana aparecem com toda a nitidez.

Teócrito buscou, certamente, inspiração em formas e gêneros literários mais antigos, mas conseguiu moldá-los em um novo gênero literário. Pela primeira vez, portanto, personagens humildes e de baixo nível social foram retratados em hexâmetros e outros metros antes reservados aos aristocráticos heróis homéricos.

Manuscritos, edições e traduções

Há mais de 180 manuscritos de Teócrito, nenhum deles completo (Hunter 1999, p. 28-9), divididos em três famílias, a ambrosiana, a laurenciana e a vaticana.

Os mms. mais antigos de cada família são, respectivamente, o Ambrosianus 886 (sæc. xiii), o Laurentianus 32.37 (sæc. xiii-xiv) e o Ambrosianus 390 (sæc. xiii). Os Ambrosiani estão na Biblioteca Ambrosiana de Milãi e o Laurentianus na Biblioteca Laurenciana de Florença.

A editio princeps de Teócrito foi publicada por Bonus Accursius (Milão, c. 1482), logo seguida de edições bem mais completas, a Aldina (Veneza, 1495) e a Juntina (Florença, 1516).

A edição padrão é, atualmente, a de Gallavotti 31993.

Vários idílios e outros textos têm sido isoladamente traduzidos para o português, em Portugal, desde 1792. Em 2012, Érico Nogueira traduziu todos os idílios atribuídos com certeza a Teócrito.