Eurípides / Andrômaca 1088-1119
Nestas passagens, o Mensageiro relata a Peleu e Andrômaca a morte de Neoptólemo, resultado das intrigas de Orestes em Delfos.
MENSAGEIRO
(...) e em grupos
e rodas se reuniam os habitantes da terra do deus.
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O filho de Agamêmnon percorria a pólis
e para cada um murmurava palavras hostis:
"Vedes esse que caminha pelas câmaras
repletas de ouro do deus, tesouros dos mortais?
Ele está nelas pela segunda vez e, antes,
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aqui veio disposto a saquear o templo de Febo."
Daí, desagradável rumor se espalhou pela pólis.
As salas do conselho, cheias de magistrados,
e quantos encarregados das riquezas do deus,
guarda colocaram nas câmaras rodeadas de colunas.
(...)
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e alguém disse: “Jovem, que votos, por ti,
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faremos ao deus? Vieste por uma razão, uma graça?”
Ele disse: “A Febo, pelas faltas do passado
desejamos fazer justiça, pois lhe pedi
certa vez uma satisfação pelo sangue de meu pai.”
E então a história de Orestes com grande força
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se mostrou, que meu senhor mentia
e tinha vindo por motivos vergonhosos. (...)
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contra ele, homens emboscados, armados de espada,
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escondidos nos loureiros; disso, dessas coisas todas,
o rebento de Clitemnestra era o maquinador.
(Neoptólemo) dirigia, à vista e de pé, uma prece ao deus
e eles, armados de pontiagudas espadas,
ferem à traição o desarmado filho de Aquiles.