Ésquilo / Agamêmnon
O drama foi produzido no arcontado de Filocles (
Tragédia de Ésquilo com 1673 versos, primeira parte da Oresteia, a célebre série trágica que recebeu o
primeiro prêmio nas Dionísias Urbanas de
Uma inscrição (IG II2 2318 col. II 149) também conservou o nome do corego: Xenocles de Afidna.
As tragédias da Oresteia formam uma trilogia trágica “interligada”, a única que chegou praticamente intacta aos nossos dias; do Proteu, drama satírico que completava a tetralogia, restam apenas fragmentos. As outras tragédias da trilogia são, pela ordem, Coéforas e Eumênides.
Argumento
A lenda dos atridas é relatada ao longo das três tragédias, desde a morte de Agamêmnon até a absolvição de Orestes pela morte de Clitemnestra e Egisto, os assassinos do pai. Agamêmnon, a primeira peça, conta a morte do rei logo depois da queda de Troia.
Tendo retornado vitorioso a Argos (Micenas), Agamêmnon é recebido pela esposa, Clitemnestra, com falsas demonstrações de respeito e devoção; Cassandra, a princesa troiana cativa que o acompanhava, prevê a morte de ambos. Depois de entrar no palácio, com efeito, Cassandra é assassinada e Agamêmnon é morto à traição pela própria Clitemnestra, com a ajuda de Egisto.
Personagens do drama
Mise en Scène
A cena se passa em Argos (Micenas), diante do palácio dos atridas.
O cenário era uma provavelmente uma simples pintura diante da cena, no fundo da orquestra, representando a entrada do palácio (frontão e duas colunas); a entrada, aberta, permitia a passagem dos atores que saíam do palácio e deixava entrever parte do seu interior. O vigia aparecia atrás do teto do "palácio", sobre uma plataforma escondida pela pintura; Agamêmnon e Cassandra entravam em cena trazidos por um carro.
O papel de Clitemnestra cabia ao protagonista, o de Cassandra ao deuteragonista e os de Agamêmnon e Egisto ao tritagonista; o arauto, sem dúvida, era representado pelo deuteragonista.
Resumo da tragédia
Prólogo (1-39), párodo (40-257), 1º episódio (258-354), 1º estásimo (355-487), 2º episódio (488-680), 2º estásimo (681-781), 3º episódio (782-974), 3º estásimo (975-1033), 4º episódio (1035-1330), 4º estásimo dialogado (1331-71), 5º episódio (1372-1673).
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Manuscritos, edições e traduções
Os principais manuscritos são o Laurentianus 31.8 (c. 1335-48), conservado na Biblioteca Laurenciana de Florença, e o Neapolitanus II F 31 (c. 1325), copiado por Demetrius Triclinius e conservado em Nápoles, na Bibliotheca Nazionale. Praticamente todos os outros, inclusive o Mediceus, têm apenas trechos da tragédia.
A edição princeps é a de Henri Estienne, publicada em Paris em 1557.
Edições isoladas da tragédia, modernas: Groeneboom (1944), Fraenkel (1950), Ammendola (1956), Denniston e Page (1957).
Traduções para o português: Pulquério (1985), Torrano (2004) e Vieira (2007).