Ésquilo / Persas
A mais antiga das tragédias completas de Ésquilo e, portanto, a mais antiga tragédia da literatura ocidental. É relativamente curta: 1078 versos.
Persas é a única tragédia grega completa cujo enredo se baseia em eventos históricos e não em episódios míticos; é, também, a única sem personagens gregos.
O corego designado pelo arconte foi o célebre estadista Péricles
Performance
A tragédia foi representada pela primeira vez em
A tetralogia não era interligada, mas alguns estudiosos (e.g. Sommerstein 2008, p. 999) sustentam que há temas comuns aos quatro dramas.
Personagens do drama

- Coro de anciãos
- Rainha
- Mensageiro
- Espectro de Dario
- Xerxes
O coro é formado pelos Fiéis, anciãos persas que velam pelo reino na ausência de Xerxes (Heródoto
É provável que personagens mudos, no papel de atendentes, acompanhavam a rainha (CITA).
Argumento

Os Fiéis aguardam, ansiosos, notícias do rei Xerxes, que conduziu poderoso exército contra Atenas; a Rainha está ansiosa e preocupada. Chega a notícia da derrota das forças navais persas em Salamina, mas Xerxes sobrevive e retorna a Susa, devastado.
Mise-en-scène
A cena se passa em Susa, capital do Império
O cenário compreende, basicamente, a tumba de

O prólogo é apresentado por um coro de anciãos, mas a tragédia efetivamente começa por um canto coral (párodo) que, no entanto, funciona como um prólogo (cf. Suplicantes). A rainha entra em cena no
Sem levar em conta o Coro, dois atores eram suficientes para todos os papéis. O protagonista provavelmente representava primeiro a Rainha e depois, Xerxes; o deuteragonista encarnava o Mensageiro, depois o espectro de Dario e, finalmente, Xerxes. (CITAR HÁ DIFERENÇAS)
Os atores usavam, seguramente, trajes que recordavam à plateia grega o esplendor oriental. Xerxes, por outro lado,
Resumo
1-64
65-139
140-154

155-248
249-531
blá blá
Temas
Texto
Manuscritos
A fonte mais importante da tragédia é o manuscrito Laurentianus 32.9 (Mediceus), do século X, conservado atualmente na Biblioteca Laurenciana de Florença.
A hipótese que antecede o texto trágico tem cerca de 15 linhas e é uma das mais informativas de que dispomos: a ela devemos os dados sobre a tetralogia, a premiação, a data, o cenário e personagens do drama. Eis a passagem sobre a tetralogia e a data:
Edições e traduções
A editio princeps foi a Aldina, de 1518. Presente nas edições gerais de Ésquilo, Persas foi também editada isoladamente; as edições modernas mais importantes são a de Edith Hall (1996) e a de Alexander Garvie (2009).
As primeiras traduções para o português foram as de Urbano Tavares Rodrigues (1984) e de Manuel de Oliveira Pulquério (1992), em Portugal.
No Brasil, a tradução de Junito Brandão é anterior a 1995, mas só foi publicada em 2013. JAA Torrano publicou a sua em 2002 e 2009; Trajano Vieira, em 2013.
Passagens selecionadas
Recepção
Frínico e As Fenícias
Segundo o escoliasta de Aristófanes Rãs 1028, que evocou a autoridade de Eratóstenes, a tragédia foi reapresentada em Siracusa, a pedido do tirano Hierão I (fl.
Durante o Período Bizantino, Persas foi uma das tragédias mais lidas e mais copiadas, e fazia parte da “tríade bizantina” das tragédias de Ésquilo.
A primeira reapresentação da tragédia depois da Antiguidade data de 1571, em Zacinto, nas Ilhas Jônicas, provavelmente em versão italiana (APGRD).
No Brasil, a tragédia foi representada em 1994 (Sesc Pompeia, direção de Theodorus Terzopoulos), e em 2012 e em 2013 (Club Noir, direção de Roberto Alvim, com Juliana Galdino, Renato Forner e outros).