Ésquilo / Persas
A mais antiga das tragédias completas de Ésquilo e, portanto, a mais antiga tragédia da literatura ocidental. É relativamente curta: 1078 versos.
Sumário
Persas (gr.
A tragédia foi representada pela primeira vez em
O corego designado pelo arconte foi o célebre estadista Péricles
Personagens do drama
- Coro de anciãos
- Rainha
- Mensageiro
- Espectro de Dario
- Xerxes
O coro é formado pelos Fiéis, anciãos persas que velam pelo reino na ausência de Xerxes (Heródoto
É provável que personagens mudos, no papel de atendentes, acompanhavam a rainha (CITA).
Argumento
Os Fiéis aguardam, ansiosos, notícias do rei Xerxes, que conduziu poderoso exército contra Atenas; a Rainha está ansiosa e preocupada. Chega a notícia da derrota das forças navais persas em Salamina, mas Xerxes sobrevive e retorna a Susa, devastado.
Mise-en-scène
A cena se passa em Susa, capital do Império
O cenário compreende, basicamente, a tumba de
O prólogo é apresentado por um coro de anciãos, mas a tragédia efetivamente começa por um canto coral (párodo) que, no entanto, funciona como um prólogo (cf. Suplicantes). A rainha entra em cena no
Sem levar em conta o Coro, dois atores eram suficientes para todos os papéis. O protagonista provavelmente representava primeiro a Rainha e depois, Xerxes; o deuteragonista encarnava o Mensageiro, depois o espectro de Dario e, finalmente, Xerxes.
Os atores usavam, seguramente, trajes que recordavam à plateia grega o esplendor oriental. Xerxes, por outro lado,
Resumo
1-64
65-139
140-154
155-248
249-531
Manuscritos, edições, traduções
A fonte mais importante da tragédia é o manuscrito Laurentianus 32.9 (Mediceus), do século X, conservado atualmente na Biblioteca Laurenciana de Florença.
A hypóthesis que antecede o texto trágico tem cerca de 15 linhas e é uma das mais informativas de que dispomos; a ela devemos os dados sobre a tetralogia, a premiação, a data, o cenário e personagens do drama. Eis a passagem sobre a tetralogia e a data:
Passagens selecionadas
A editio princeps foi a Aldina, de 1518, preparada por Franciscus Asulanus (Francesco Torresano). A primeira tradução latina é, aparentemente, a de Ioannes Saravius, publicada por Ioannes Oporinus em 1555.
As edições modernas isoladas mais importantes são as de Henry Broadhead (1960), Jacqueline de Romilly (1974), Luigi Belloni (1988), Martin West (1991, 21998), Edith Hall (1996, 22007) e Alexander Garvie (2009).
As primeiras traduções para o português foram as de Urbano Tavares Rodrigues (1984) e de Manuel de Oliveira Pulquério (1992), em Portugal. No Brasil, a tradução de Junito Brandão é anterior a 1995, mas só foi publicada em 2013. Mário G. Kury publicou a sua em 1992; JAA Torrano, isoladamente, em 2002; Trajano Vieira, em 2013; Ricardo Nogueira, 2017.
Recepção
Frínico e As Fenícias
Segundo o escoliasta de Aristófanes Rãs 1028, que evocou a autoridade de Eratóstenes, a tragédia foi reapresentada em Siracusa, a pedido do tirano Hierão I (fl.
Durante o Período Bizantino, Persas foi uma das tragédias mais lidas e mais copiadas, e fazia parte da “tríade bizantina” das tragédias de Ésquilo.
A primeira reapresentação da tragédia depois da Antiguidade data de 1571, em Zacinto, nas Ilhas Jônicas, provavelmente em versão italiana (APGRD).
No Brasil, a tragédia foi representada em 1961 (São Paulo, Teatro TAIB, direção de Alfredo Mesquita), em 1994 (Sesc Pompeia, direção de Theodorus Terzopoulos), em 2012 e em 2013 (Club Noir, direção de Roberto Alvim, com Juliana Galdino, Renato Forner e outros).