Selene, Éos e Hélio

SeleneSelene

Na genealogia hesiódica, Selene, Éos e Hélio eram filhos do titã Hipérion e da titânide Teia.

Selene, a lua, deusa pré-helênica, tem provávelmente origem oriental; Éos, a aurora, é de origem indo-europeia; e Hélio, o sol, parece ter a mesma origem, mas recebeu significativas influências orientais.

Selene (gr. Σελήνη) cruzava o céu à noite, em uma carruagem de prata; Éos, a deusa dos "dedos cor-de-rosa" (Od. 8.1), abria as portas do céu todas as manhãs para Hélio, que percorria então o céu do leste para o oeste em uma carruagem de fogo. No fim do dia, ele atingia o extremo oeste, descansava em um palácio de ouro e, durante a noite, atravessava o rio Oceano em uma grande taça, chegando ao extremo oriente pouco antes do amanhecer.

Selene, que do Período Helenístico em diante passou a ser confundida com (ou foi assimilada a) Hécate e Ártemis, apaixonou-se pelo pastor Endímion ao vê-lo durante o sono e fez com que o jovem dormisse eternamente, para poder contemplar sua beleza para sempre. Tiveram, ao longo dessas atividades contemplativas, cerca de cinquenta filhos...

Éos (gr. Ἠώς) se uniu a seu primo Astreu, filho de Crio e Euríbia, e gerou os ventos, Heósforo (gr. Ἡωσφόρος), a estrela da manhã, e os astros, mas também gostava de belos rapazes. Teve aventuras com o caçador Órion, com o ateniente Céfalo e com o troiano Títono, sua paixão mais famosa. A deusa o amava tanto que rogou a Zeus que o tornasse imortal; esqueceu, porém, de pedir também a eterna juventude, e Títono envelhecia sem cessar. Nas lendas mais tardias, encolheu tanto que se transformou em cigarra. Mêmnon, filho de Éos e de Títono, lutou ao lado dos troianos no último ano da Guerra de Troia.

Hélio (gr. Ἥλιος), em seu caminho pelo céu, via tudo o que acontecia do alto de sua carruagem. Foi ele quem avisou Hefesto da traição de Afrodite, e revelou a Deméter a identidade do raptor de sua filha. Aparece, também, da Odisseia, e participou do 10º trabalho de Héracles. Uniu-se à diversas divindades e mulheres mortais; dentre seus descendentes, os mais famosos foram Faetonte, Circe e Pasífae.

Iconografia e culto

Éos e Selene eram, frequentemente, representadas com asas. Selene dirigia uma carruagem, ou trazia um disco (a Lua) na mão; Éos era vista perseguindo Titono, ou recolhendo o corpo do filho Mêmnon. Hélio, sempre em sua carruagem, trazia habitualmente raios solares em volta da cabeça e era saudado em toda parte, quando nascia o sol.

O culto a Hélio, bastante difundido, era especialmente importante na ilha de Rodes. O famoso colosso de Rodes, uma das sete maravilhas do mundo antigo, nada mais era do que uma de suas representações.