Vasos arcaicos de figuras negras
No início do século
Sumário
Graças ao sucesso dessa técnica, Corinto liderou o mundo grego na produção e exportação de vasos decorados em boa parte dos séculos
Os dois mais importantes centros produtores de vasos de figuras negras foram, sucessivamente, Corinto e Atenas. As outras póleis, com algumas exceções, em geral importavam os vasos coríntios e áticos e a cerâmica autóctone era muitas vezes calcada nesses modelos.
A técnica de figuras negras
Inicialmente, o pintor desenhava uma silhueta de cor escura e posteriormente, com objeto de ponta fina e dura, fazia as incisões necessárias para os detalhes anatômicos: olhos, orelhas, bicos,
figuras negras
Algumas partes das figuras (e.g. cabelos, roupas, adereços) eram pintados de vermelho escuro ou de branco; a pele feminina era usualmente pintada de branco. De modo geral, detalhes eram criados mais por incisões do que pela adição de cor.
O produto final tinha habitualmente quatro cores: preto, branco e vermelho escuro destacados contra o fundo, que apresentava a cor clara da cerâmica. A argila coríntia, de cor amarelada, produzia característico contraste entre as figuras e o fundo.
Embora tenha sido criada no contexto da influência orientalizante das primeiras décadas do Período Arcaico, os estilos de figuras negras progressivamente se afastaram da temática oriental e bárbara, favorecendo temas mais condizentes com a cultura grega.
Estilo coríntio
Em Corinto, berço da técnica, os primeiros vasos com “figuras negras” surgiram no início do protocoríntio, em meio às influências orientalizantes do primeiro século do Período Arcaico.
cena do dia a dia
No período seguinte, denominado coríntio
Uma das características gerais do estilo coríntio é a pequena quantidade de temas e a enorme produção de vasos de cada tema, obviamente com vistas à exportação. A maioria dos vasos era de pequeno tamanho, e.g. aríbalos, alabastros, píxides, cótilas, com figuras de grande tamanho. Há também pequenas placas votivas e, dos vasos maiores, apenas as crateras se destacam.
No
Simpósios com participantes reclinados são representados pela primeira vez na cerâmica grega e cenas com alegres dançarinos (“comastas”) se tornam comuns. De modo geral, a temática e a representação das cenas míticas diferem um pouco da cerâmica ática;
Os vasos coríntios foram progressivamente suplantados pela inspirada cerâmica ática de figuras negras, mais atraente e mais barata. Embora os artesãos coríntios tentassem copiar os vasos atenienses e sua cor alaranjada, em meados do século
Artistas coríntios mais importantes: Pintor de Palermo 489 e Pintor de Columbus (fase transicional); Pintor do Duelo (coríntio antigo); Pintor de Foloë, Pintor de Dodwell, Grupo da Quimera, Grupo do Gorgoneion, Timonidas e Pintor da Cavalgada (coríntio médio); Pintor de Tideu, Pintor de Hipólito (coríntio recente).
Lacônia
A cerâmica de estilo laconiano, produzida em Esparta, foi produzida e exportada a todas as áreas de influência espartana, notadamente Tarento, norte da África, Samos e Etrúria, ao longo do século
Predominam cenas do dia a dia e narrativas míticas, com figuras um tanto rígidas e pouco uso de cores.
Os artistas mais destacados são o Pintor de Náucratis e o Pintor dos Boréades
Vasos calcidianos
Fora de Corinto, de Atenas e da Lacônia, a mais destacada produção de vasos de figuras negras do século
Os vasos, de alta qualidade artística e figuras relativamente mais realistas do que nos estilos anteriores, foram encontrados em vários sítios do sul da Itália. Predominam as cenas narrativas, criadas com originalidade e de acordo com versões míticas um pouco diferentes das tradicionais.
Principais expoentes: o Pintor da Inscrição e o Pintor de Fineu.
Beócia e outras regiões
Muitas póleis gregas importavam a maior parte dos vasos decorados, mas em algumas delas a produção local era relativamente grande. Na Beócia, a decoração local se inspirou em vasos coríntios até meados do século
Outras póleis mantiveram a fabricação de cerâmica orientalizante, que se estendeu por quase todo o século
Etrúria
As exportações de vasos gregos geométricos e orientalizantes para a Etrúria[2], diretamente ou por meio das póleis da Magna Graecia, eram muito bem recebidas pelos etruscos e tiveram grande influência em sua cultura.
Por volta de
Havia também uma produção local com decoração caracteristicamente grega, às vezes indistinguíveis dos vasos da Grécia Continental e Oriental, provavelmente obra de imigrantes gregos ou de homens treinados nos ateliês gregos. Os exemplos mais importantes são as hídrias caeretanas (de Caere), estas últimas com cenas narrativas de iconografia particularmente original, e os vasos do Grupo Pôntico (de Vulci e Cerveteri)[3].