Os pintores dos vasos arcaicos
Curiosamente, os autores antigos admiravam os escultores e pintores de grandes painéis, mencionavam suas obras e até mesmo algumas de suas características, mas nada deixaram a respeito dos vasos gregos (Richter 1936,
Tudo o que sabemos a respeito de ceramistas e decoradores de vasos provém de estudos modernos, iniciados no século XVIII com a publicação em
A publicação posterior de numerosos catálogos ilustrados de colecionadores particulares, museus e escavações arqueológicas permitiram estudo mais aprofundado das características físicas e estilísticas da cerâmica e de sua iconografia.
A assinatura do ateniense Eufrônio em um dos vasos da coleção do Príncipe de Canino foi identificada nas primeiras décadas do século XIX (Witte 1838, p. 110), o que estimulou o interesse pela identificação de ceramistas e pintores. Até hoje, porém, sabemos o nome de pouco mais de uma vintena de pintores de vasos e de vários ceramistas, mas a vasta maioria dos pintores é conhecida por apelidos diversos: Pintor de Cleofrades, Pintor de Hefesto, Pintor do Louvre G 465, etc.
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Dada a escassez de assinaturas, a identificação de autores se dá pelo estilo da pintura e por alguns detalhes (e.g. olhos, mãos e orelhas das figuras), técnica preconizada pelo médico e historiador da arte Giovanni Morelli
A principal publicação com detalhadas descrições de vasos gregos conservados por diversas instituições, o Corpus Vasorum Antiquorum (CVA), foi idealizada em 1919 por Edmond Pottier e começou a ser sistematicamente publicada em 1923. Desde então, centenas de livros e artigos especializados sobre os vasos gregos são publicados anualmente (Oakley, 2009).