O jovem Télefo

Héracles passou rapidamente pela Arcádia cerca de uma geração antes da Guerra de Troia, a caminho da Élida.

O herói ia combater o rei Augias mas, apesar da pressa, demorou-se o bastante para engravidar Auge, filha de Aleu, rei de Tegeia.

miniaturaHéracles e Télefo

Numa das versões mais conhecidas da lenda, Aleu expulsou a filha e o neto e entregou-os a Náuplio, futuro pai de Palamedes, para serem afogados. Condoído, Náuplio entregou a moça e o menino a mercadores de escravos, que venderam os dois a Teutras, rei da Mísia, região ao norte da Ásia Menor.

Na versão dos poetas trágicos, Auge foi entregue a Náuplio, após dar à luz. A criança, exposta em uma montanha da Arcádia, foi alimentada por uma corça e salva por pastores do rei Córito, que lhe deu o nome de Télefo (gr. Τήλεφος) e o criou. Já moço, Télefo matou acidentalmente os aléadas, seus tios, e teve que abandonar a Arcádia.

Orientado pelo Oráculo de Delfos, dirigiu-se à Mísia e chegou bem a tempo de ajudar o rei Teutras em uma guerra. Para recompensá-lo, o rei lhe deu a mão de Auge, que considerava sua filha adotiva. Mãe e filho, porém, reconheceram-se a tempo, graças à ajuda da deusa Atena.

Télefo herdou o trono de Teutras e, na época em que os gregos se reuniam para atacar a Ásia Menor, ele era aliado dos troianos e rei da Mísia. A segunda parte de sua lenda, relacionada com as duas expedições gregas contra a cidadela de Troia, será contada na próxima sinopse.

Variante

Em outra versão da lenda de Auge e Télefo, o enfurecido rei Aleu encerrou a filha e o neto em uma caixa e lançou-a no mar — igualzinho à lenda de Acrísio, Dânae e Perseu... Os passageiros conseguiram atravessar todo o mar Egeu e acabaram atingindo a Mísia, onde foram acolhidos pelo rei Teutras.