O retorno dos gregos

Os deuses, segundo a tradição, planejaram penosos ‘retornos’ (gr. νόστοι) para os gregos após a queda de Troia, uma vez que seus templos haviam sido tratados com desrespeito durante a destruição da cidade.

miniatura Nestor em Pilos

Alguns heróis tiveram problemas na volta, durante o trajeto; outros, ao chegarem em casa. E outros, ainda, nunca voltaram para casa.

Passaram por retornos mais ou menos felizes, i.e., bastante atribulados mas que terminaram bem ou relativamente bem: Nestor, Neoptólemo, Filoctetes, Polipetes, Leonteu, Podalírio, Menelau e, de certa forma, o adivinho Calcas.

Os que tiveram retornos infelizes foram Agamêmnon, Ájax “o Menor” (filho de Oileu), Diomedes, Idomeneu e Teucro.

O retorno de Odisseu foi o mais demorado e mais movimentado de todos; o herói demorou dez anos para retornar a Ítaca, sua terra natal. Suas aventuras e desventuras foram muitas, mas ele conseguiu voltar ao lar e recuperar seus domínios, que estavam ameaçados. Por ser o mais bem conhecido, graças a Homero, será tratado com detalhes.

De certa forma e em termos gerais, o destino dos vencedores não foi muito melhor que o dos vencidos (Mavromataki, 1997).

Iconografia e literatura

Há documentos iconográficos disponíveis, mas referentes aos retornos individuais. Um dos poetas cíclicos, Hágias de Trezena (sæc. -VII), compôs uma epopeia em cinco livros — Νόστοι, ‘Retornos’ — relatando as peripécias dos gregos durante a volta ao lar. Restam-nos apenas uma dúzia de fragmentos e outros tantos testemunhos.

Sobre o retorno de Odisseu estamos bem mais documentados: temos a Odisseia de [Homero]...