O mito de Perseu

Uma das mais conhecidas lendas gregas sobre o combate entre um mortal e um terrível monstro, vencido graças à ajuda dos deuses, é a de Perseu (gr. Περσεύς).

miniatura Perseu

Perseu era longínquo descendente de , a sacerdotiza de Hera seduzida por Zeus; sua bisavó, Hipermestra, foi a única dentre as danaides que não matou o marido.

Acrísio, o avô de Perseu, reinava em Argos e era irmão gêmeo de Preto, rei de Tirinto[1], o que sugere ser Argólida a região onde a lenda se desenvolveu. Perseu era filho de Zeus e de Dânae, filha de Acrísio.

A mais importante e certamente a mais antiga das aventuras de Perseu é a derrota de Medusa, uma das terríveis górgonas, decapitada pelo herói; outras, situadas cronologicamente antes ou depois dessa façanha, têm relação direta com algumas outras lendas, reunidas aqui para tornar o relato mais coerente.

Fontes

As mais antigas menções a Perseu e suas aventuras estão na Ilíada (Il. 14.319-20, ver supra), nas obras de Hesíodo (Sc. 216-37 e Th. 274-81) e na XII Pítica de Píndaro (Pi. P. 12.7-18). Os dois últimos textos são razoavelmente detalhados, mas o mito completo pode ser encontrado somente no "resumo" do Pseudo-Apolodoro (2.4), que se baseou, por sua vez, no antigo relato de Ferécides de Atenas (c. -500).

Iconografia e culto

A aventura de Perseu entre as górgonas aparece entre as mais antigas cenas narrativas dos vasos gregos, no final do século -VII; as demais foram representadas apenas em obras de arte dos séculos -V e -IV, notadamente.

Perseu era cultuado como herói em vários locais, e.g. Argos, Micenas, Atenas e Sérifos (Paus. 2.18.1); Heródoto (Hdt. 2.91) informa que havia um templo com uma estátua de Perseu em Chemnis (Panópolis), no Egito.

Literatura e arte

O mito de Perseu inspirou grande quantidade de obras literárias, como um drama satírico de Ésquilo e tragédias de Sófocles e de Eurípides, entre os antigos, que chegaram a nós fragmentadas e incompletas.

Entre os autores modernos, citemos as tragédias La fabula de Perseo, de Lope de la Vega (1621) e Andromède, de Pierre Corneille (1650), e a tragédia-musical de Philippe Quinault e Jean-Baptiste Lully (1682).