Hera desconfiou da nova aventura do marido; porém, antes que pudesse fazer alguma
coisa, Zeus transformou a moça em uma novilha de grande beleza e passou a
O vigia, que se chamava Argos, tinha cem olhos, enxergava tudo o que havia para ser visto em todos os pontos cardeais e era tão eficiente que, enquanto dormia, fechava apenas cinquenta olhos de cada vez. Zeus começou a se cansar daquela história e encarregou o eficiente Hermes de liquidar o incômodo vigia. Mas a morte de Argos não libertou Ió, pois o ódio de Hera nunca acabava; ela ordenou, então, que um feroz moscardo picasse a novilha sem cessar.
A pobre Ió, instigada pelo moscardo, percorreu toda a Grécia em desvairada corrida. Indo para o norte, atravessou o Bósforo, assim chamado em sua homenagem (Bósforo significa, literalmente, ‘passagem da vaca’), passou pela Cítia, encontrou Prometeu junto ao Cáucaso e acabou chegando ao Egito, onde voltou à forma humana e deu à luz um filho de Zeus, Épafo.
Posteriormente, Ió desposou o rei do Egito, Telégono, e seu filho Épafo reinou após a morte do pai adotivo. Os gregos consideravam Épafo uma encarnação de Ápis, o touro divino dos egípcios, e Ió foi associada à deusa Ísis[1].
Influências
A lenda de Ió e de seu filho Épafo contém numerosas referências ao antigo Egito, com o qual os gregos tiveram íntimo contato a partir de
Ió é personagem importante da tragédia Prometeu Acorrentado, de Ésquilo, e
a lenda de sua transformação em vaca inspirou um drama de Sófocles chamado
Ínaco, representado em Atenas entre
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Créditos das ilustrações
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publicado em 15/12/2001.