Os historiadores

Clio, a musa da históriaClio, a musa da história

A “história”, enquanto rememoração de fatos passados, remonta às míticas genealogias dos heróis de Homero, por exemplo a de Glauco (cf. Ilíada 6.145-211)[1].

Os logógrafos do século -VI também criaram diversas genealogias, mas, assim como Homero, fundamentavam essas genealogias em mitos.

A historiografia grega só teve o impulso inicial séculos depois, durante o Período Clássico, com a obra de Heródoto (-484/-425). No Ocidente, Heródoto foi o primeiro prosador a se basear em testemunhos e a criticar alguns mitos. Apesar do grande valor historiográfico de seus relatos, contudo, ele foi mais um contador de histórias do que um historiador propriamente dito.

O ateniense Tucídides (-455/-400) foi o primeiro a escrever história como ela é entendida nos dias de hoje. Embora tenha sido, a rigor, apenas um “historiador local” que escreveu uma única obra, suas agudas análises dos fatores e acontecimentos relacionados com a Guerra do Peloponeso são respeitadas até hoje pelos historiógrafos modernos e marcam, efetivamente, o início da moderna historiografia.

Sucederam-no historiadores de menor envergadura, como Xenofonte (-428/-354), Ctésias (sæc. -IV), Éforo (sæc. -IV), Teopompo (sæc. -IV) e Timeu (-346/-250), este último já no Período Helenístico.

Políbio (-200/-118) foi o último dos grandes historiadores gregos, mas escreveu sobre a História de Roma; depois dele vieram Dionísio de Halicarnasso (sæc. -I/I), Diodoro Sículo (sæc. -I), que escreveu uma “história universal” centrada em Roma, e Arriano (95/175).

Muitos historiadores não gregos escreveram (em grego) histórias de Roma e de outros povos: Díon Cássio (150/235), Flávio Josefo (37/100), Apiano (sæc. II), Herodiano (165/250) e o bispo cristão Eusébio (265/340), que também escreveu uma “história universal”.