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Mitologia e medicina

Morbos ... ad iram deorum immortalium relatos esse.

As doenças ... eram atribuídas à ira dos deuses imortais.

Até o advento dos filósofos da natureza, tanto a causa como a cura da doença eram atribuídas às divindades.

miniaturaHéracles contra as
doenças

Esse conceito já está presente nas obras de Homero e de Hesíodo, criadores dos mais antigos textos literários gregos conhecidos.

A capacidade de curar era um dos atributos sobrenaturais de muitos deuses, embora a cura fosse um dos atributos tradicionais de Apolo. Apenas três divindades, no entanto, eram especificamente dotadas do poder de cura: Pean, Quíron e Asclépio. O primeiro, Pean, era o médico dos deuses; já os outros dois atuavam junto aos mortais.

Os primeiros médicos a sair da esfera divina estavam, ainda, a uma certa distância dos seres humanos, pois faziam parte do nível intermediário dos heróis ou semideuses[1]. Os médicos homéricos, que encontramos notadamente na Ilíada, escrita entre -750 e -725, são os mais antigos. Incidentalmente, Homero ilustra como deve ter sido a prática médica durante a Idade das Trevas e, talvez, até antes.

Finalmente, uma palavra a respeito da música. Museu era capaz de curar os doentes com sua música, embora não se mencione nenhum episódio em especial; essa tradição foi conservada, por exemplo, pelo poeta Aristófanes na comédia As Rãs (Ar. Ra. 1033). Note-se que, nesse caso, não se trata de um médico lendário, mas de um mito sobre o poder terapêutico da música.

Curiosamente, a medicina moderna comprovou que alguns tipos de música têm, efetivamente, efeito benéfico nas dores e em outros problemas de saúde (Todres, 2006).