Eurípides / Hipólito
Célebre tragédia de Eurípides datada de
Sumário
Hipólito (gr.
A primeira versão, conhecida por Hipólito Velado e da qual restam apenas fragmentos
O segundo Hipólito foi representado nas Dionísias Urbanas de
A história segue um dos temas básicos da literatura universal, conhecido como “tema de Putifar”[1], utilizado por Eurípides em várias outras tragédias, todas elas fragmentárias: Estenebeia, Fênix, Peleu e Tenes[2].
Personagens do drama

O Coro é constituído de mulheres de Trezena. Afrodite e Ártemis são divindades; Hipólito é filho de Teseu e da
falecida amazona Hipólita; Fedra, filha de Minos e irmã de Ariade, segunda esposa de Teseu, rei de Atenas, filho de
Argumento
O enredo se baseia no obscuro mito de Fedra e Hipólito, inspirado certamente no culto prestado a ele em Trezena desde a Idade do Bronze. O mais antigo relato que sobreviveu é o desta tragédia de Eurípides.
Fedra, esposa de Teseu,
Enquanto Hipólito morre,
Mise en scène
A cena se passa em Trezena, cidade da Argólida, diante da porta principal do palácio de Teseu. À direita e à esquerda do palácio havia estátuas de Ártemis e de Afrodite, com um pequeno altar diante de cada uma delas.
O protagonista fazia o papel de Hipólito; o deuteragonista, o de Afrodite, o de Fedra e o de Teseu; e o tritagonista representava todos os outros personagens não mudos (Ártemis e servos).
Estrutura dramática
Prólogo 1–120, dividido em três partes: monólogo expositivo de Afrodite
Párodo 121–169: o canto coral tem duas séries de estrofes (1ª estrofe
1º Episódio 170–524.
1º Estásimo 525–564.
2º Episódio 565–731.
2º Estásimo 732-775.
3º Episódio 776–1101.
3º Estásimo 1102–1150.
4º Episódio 1151–1267.
4º Estásimo 1268-1282.
Êxodo 1283–1466.
Manuscritos, edições, traduções
Hipólito faz parte dos mmss. da primeira família, mas o melhor ms.
da peça é L, que traz também os dramas da segunda família. Dos mmss. da “seleção”, cito B e M, o qual contém apenas os
vv.
Diversos mmss. trazem, antes do texto, duas hypótheseis; graças à segunda delas, atribuída a Aristófanes de Bizâncio, sabemos a respeito do Hipólito Velado que precedeu o Hipólito completo[3].
A editio princeps é a de Janus Lascaris[4]. As edições modernas isoladas importantes são as de
- William Barrett (Oxford, 1964);
- Richard Hamilton (Bryn Mawr, 1982);
- John Ferguson (Bristol, 1984);
- Walter Stockert (Stuttgart e Leipzig, 1994).
- Michael Halleran (Oxford, 1995, rev.2004);
- Peter Roth (Berlim, 2015);
- Hanna Roisman (Norman, 2024).
A primeira tradução da tragédia para o latim foi efetuada por Collinus (Basileia, 1541), juntamente com as demais; pouco depois, Hipólito foi também vertido por Coriolano Martirano (Nápoles, 1556). A primeira tradução para o português é a do Padre Joaquim de Foyos (Lisboa, 1803), com texto grego ao lado, procedimentoa incomum naquela época. Outras traduções isoladas:
- Jaime Bruna (S. Paulo, 1964);
- Mário G. Kury (Rio de Janeiro, 1977);
- Bernardina S. Oliveira (Lisboa, 1979);
- Frederico Lourenço (Lisboa, 1993);
- Joaquim B. Fontes (S. Paulo, 2007);
- Flávio R. Oliveira (S. Paulo, 2010);
- Trajano Vieira (S. Paulo, 2015);
- Clara Crepaldi (S. Paulo, 2017).
Recepção
Na Antiguidade, o mito de Hipólito inspirou, além das duas tragédias de Eurípides, uma Fedra de Sófocles, hoje fragmentária, e Lícofron compôs um Hipólito na primeira metade do século

O Hipólito euripidiano inspirou várias obras de arte e diversas obras literárias: um poema de Ovídio (Heroides 4); a tragédia Fedra, de Sêneca, que por sua vez também exerceu grande influência, e a de Racine (1677), além de muitas outras e o filme Fedra (Jules Dassin, 1962).