Santuários e templos

Τὸ Ἑλληνικὸν ἐὸν ὅμαιμόν τε καὶ ὁμόγλωσσον καὶ θεῶν ἱδρύματά τε κοινὰ καὶ θυσίαι.

Ser grego é ter o mesmo sangue, a mesma língua e templos e rituais em comum.

Templo de Afaia em EginaTemplo de Afaia em Egina

Os santuários e seus templos, geralmente dedicados a um ou mais deuses ou a um herói, constituíam a expressão arquitetônica da piedade da pólis ou da comunidade que o construiu.

Ao contrário dos modernos templos religiosos, o templo grego não se destinava a congregar periodicamente, em seu interior, os fiéis e suas celebrações religiosas.

Os templos começaram a ser construídos no século -VIII e às vezes foram erguidos em locais considerados sagrados desde o Período Micênico, dentro da pólis ou fora dela. Às vezes a simples proximidade de uma fonte, por exemplo, determinava o local da construção. Algumas cidades tinham, além do santuário dedicado à divindade padroeira, santuários dedicados a outras divindades, importantes para determinados segmentos da população.

Muitos santuários delimitavam um pequeno bosque, ou apenas uma fonte, uma gruta ou caverna, uma árvore, um altar, ou até mesmo uma simples elevação; as comunidades mais prósperas quase sempre erguiam um templo, que abrigava a imagem do deus e as oferendas recebidas por ele. O santuário, assim como o templo, eram propriedade do deus e acreditava-se que ele residia em “seu” templo, pelo menos durante um certo período do ano. Os sacerdotes que cuidavam do templo eram servos do deus.

Fig. 0121. Plano de santuário fictício do Período Arcaico. A, altar; T, templo; I, imagem; O, câmara para guarda de oferendas.

O santuário típico era em geral constituído por um recinto sagrado, o τέμενος, consagrado ao deus e separado do mundo mundo secular por um muro ou por simples marcos, o περίβολος. Dentro do santuário havia em geral um templo, e a uma certa distância do templo e ao ar livre, um altar onde eram efetuados os rituais comunitários ou privados em honra da divindade, tais como preces, sacrifícios e libações. As oferendas e ex-votos eram recebidos e guardados pelos sacerdotes, em nome do deus do local.

Alguns santuários, como o de Apolo em Delfos, o de Zeus em Olímpia e o de Asclépio em Epidauro, reuniam muitas edificações, além do templo: tesouros, teatros, monumentos, etc. Esses santuários eram, de certa forma, internacionais — i.e., pan-helênicos — e muito prósperos, pois serviam várias comunidades e recebiam muitos visitantes.

Certos santuários eram “especializados”. O de Delfos, por exemplo, abrigava o mais famoso dos oráculos grego; o de Olímpia, festividades com disputas atléticas que reuniam participantes de toda a Hélade (os jogos olímpicos); o de Epidauro, as curas promovidas por Asclépio.