O poeta trágico Pratinas destacou-se, notadamente, pelos numerosos dramas satíricos.
Pratinas era natural de Fliunte, pólis do noroeste do Peloponeso, perto de Nemeia. A única data
relativamente segura é -499/-496, a mesma de Quérilo.
Restam-nos nove fragmentos de sua obra.
Segundo a tradição, compôs 18 tragédias e 32 dramas satíricos; os antigos lembravam dele, justamente,
como o criador desse gênero dramático. A reduzida quantidade de tragédias se deve possivelmente à
estrutura do concurso trágico na época; a apresentação de tetralogias não era, talvez, obrigatória, ou
então os dramas satíricos eram apresentados em outras ocasiões.
Pratinas interessava-se muito pela música e pela coreografia da obra (F 3; 6-9), e os
poucos fragmentos conhecidos têm, efetivamente, metros líricos diferentes. Um deles, intitulado
“Hipórquema” (F 3), é um canto coral com diferentes metros
líricos, coisa pouco habitual nos coros satíricos conhecidos. Discute-se ainda se esse
fragmento de 17 versos, que tem elementos dramáticos sugestivos de um párodo cantado por sátiros,
seria parte de um drama satírico, de um ditirambo ou de outro tipo de canto coral. A mesma questão
vale para os demais fragmentos.
Aristias, filho de Pratinas, obteve o segundo prêmio em -467 com pelo menos três de seus
dramas, conhecidos só pelo título: Perseu e Tântalo, tragédias, e Sátiros lutadores
(gr. Παλαισταί
σάτυροι), drama satírico. Esse é o único
drama satírico de Pratinas do qual temos certeza.
Suda π 2230; POxy. 2256 F 2; Arg. Ésquilo, Sete
contra Tebas; Pausânias 2.13.6; Tzetzes, De Licofron p. 3.11; Plutarco,
Da música 1142b.
Edições modernas: testemunhos e fragmentos, TrGF 1.4 (todos) e David Campbell (1991, selecta);
para o F 3, a edição comentada de Christopher Collard (2013).
O “hipórquema” de Pratinas já foi traduzido para o português por Guilherme Rodrigues
(2016, p. 23-4).