Ésquilo / Sete contra Tebas
Foi produzida no arcontado de Teágenes (
A tragédia Sete contra Tebas (gr.
invadir Tebas
Foi representada em Atenas pela primeira vez na primavera de
Das outras tragédias da tetralogia restam apenas alguns fragmentos; do drama satírico, nada. A julgar pelos títulos, porém, é evidente que o tema das peças era a lenda da família dos labdácidas, que teve em Édipo seu membro mais famoso.
Argumento
A tetralogia abordava, sem dúvida, as funestas consequência da desobediência de Laio aos desígnios divinos. Sete contra Tebas, especificamente, relata a luta fratricida pelo poder entre os dois netos de Laio, Etéocles e Polinices. Após a morte de Édipo, filho de Laio, Etéocles reinava em Tebas; Polinices, inconformado, sitiou a cidade à frente de um exército argeano.
Cada uma das sete portas da cidade será atacada por um dos chefes inimigos; a cada
um deles Etéocles opôs um herói tebano, e ele mesmo enfrentou o irmão diante da sétima
porta. O exército argivo foi rechaçado pelos tebanos mas os dois irmãos, que haviam
sido amaldiçoados por Édipo,
Esse mesmo tema foi utilizado por Eurípides, mais de cinquenta anos depois, em sua
tragédia As Fenícias
Personagens do drama
Figurantes: [Antígona], filha de Édipo e Jocasta, irmã de Etéocles e Ismene; [Ismene], irmã de Etéocles e de Antígona; habitantes de Tebas.
Mise en scène
O cenário representava, provavelmente, a Cadmeia, a acrópole da cidade de Tebas;
também é possível que representasse a ágora com as estátuas das divindades. Consta que
nesta tragédia pela primeira vez foi colocada, no fundo do cenário, uma
Dois atores representavam todos os papéis: o protagonista atuava primeiro como Etéocles e depois como Antígona; o deuteragonista fazia primeiro o Mensageiro e depois, Ismene. O Arauto, Antígona e Ismene participam apenas da cena final, provavelmente espúria.
Resumo da tragédia
Prólogo (1-77), párodo (78-180), 1º episódio (182-286), 1º estásimo (287-368), 2º episódio (369-719), 2º estásimo (720-791), 3º episódio (792-821), 3º estásimo (822-47), êxodo (848-1004) e cena final (1005-78).
Acredita-se que a cena final não é autêntica e que foi adicionada muito tempo depois da morte de Ésquilo por outro poeta bem menos talentoso.
Manuscritos, edições e traduções
Septem é uma das tragédias da "tríade bizantina"; o melhor manuscrito é, no entanto, o Mediceus (Laurentianus 32.9, sæc. IX). Editio princeps: a Aldina, de 1518.
Edições modernas isoladas: Groeneboom (1938) e Italie (1950) são boas, mas a de Hutchinson (1985) e a de West (1992) são hoje em dia consideradas as melhores.
Passagens selecionadas
Traduções para o português: Donaldo Schüler (2003), Evandro Salvador (2006), JAA Torrano (2009), Marcus Mota (2002, revisada e publicada em 2013), Trajano Vieira (2018).
As de Schüler e de Torrano são as mais fiéis ao texto grego, e a de Mota é um pouco interpretativa, mas está ao alcance do público não especializado.