Luciano / Diálogo dos mortos
Diálogos dos Mortos (gr.
do hades
Fowler (1905) acredita que o diálogo foi escrito entre 165 e 175, alguns anos antes de sua morte.
O diálogo luciânico e, em especial, o dos Mortos, é o exemplo mais acabado
do gênero literário conhecido por “sátira
A obra se compõe de 30 diálogos curtos nos quais interagem, além de Hades, senhor do mundo subterrâneo, Hermes, o deus que conduz os mortos ao reino de Hades e Caronte, o barqueiro que transporta os mortos através do rio Estige, algumas das figuras mais importantes e famosas da mitologia e da história da Grécia Antiga.
Os diálogos giram em torno de Diógenes e de Menipo, dois falecidos filósofos da escola cínica que constantemente questionam os outros mortos e expõem com corrosiva ironia a inconsistência de suas ideias e atitudes durante a vida. “Menipo não poupa ninguém” (Scheel 2003).
Resumo
Eis uma lista de todos os diálogos (a ordem varia um pouco, conforme o manuscrito e a edição):
- Diógenes e Polideuces
- Mortos, Plutão e Menipo
- Menipo e Trofônio
- Hermes e Caronte
- Plutão e Hermes
- Terpsíon e Plutão
- Zenofanto e Calidemides
- Cnêmon e Damnipo
- Similo e Polístrato
- Caronte, Hermes e mortos
- Crates e Diógenes
- Alexandre, Aníbal, Minos e Cipião
- Diógenes e Alexandre
- Felipe e Alexandre
- Aquiles e Antíloco
- Diógenes e Héracles
- Menipo e Tântalo
- Menipo e Hermes
- Éaco e Protesilau
- Menipo e Éaco
- Menipo e Cérbero
- Caronte e Menipo
- Plutão e Protesilau
- Diógenes e Mausolo
- Nireu, Térsites e Menipo
- Menipo e Quíron
- Diógenes, Antístenes e Crates
- Menipo e Tirésias
- Ájax e Agamêmnon
- Minos e Sóstrato
Edições e traduções
Passagens selecionadas
Diálogos dos Mortos é um texto sempre presente nas edições completas de Luciano e, dada sua popularidade, quase sempre nas edições parciais. Não tenho conhecimento de edição isolada do texto.
A primeira tradução para o português é a de
Américo da Costa Ramalho (1989);
Influência
Esta obra de Luciano inspirou várias imitações durante os séculos XVII e XVIII, especialmente na Inglaterra (e.g. Lyttelton, 1760), Estados Unidos (e.g. Beasley, 1814) e na França (e.g. Fontenelle, 1683 e Fénelon, 1700).