Teócrito / Idílios bucólicos

Εἰδύλλια Idyllia Theoc. -275 / -260

Os poemas bucólicos ou pastorais (gr. εἰδύλλια) de Teócrito se caracterizam pela pequena extensão e pela visão idealizada da vida diária e dos amores dos rústicos pastores da Sicília, sua terra natal.

miniaturaO ciclope

Sete poemas do corpus de Teócrito têm essas características.

Resumos

I
Tírsis
Um pastor de cabras, tocador de flauta, oferece ao pastor Tírsis um belo vaso, que é descrito, para que ele cante. Tírsis canta A paixão de Dáfnis, uma lenda da Sicília: Dáfnis, um pastor, recusou-se veementemente a cultuar Afrodite (i.e., se apaixonar) e preferiu morrer.
IV
Os pastores
Diálogo entre dois pastores, Coridon e Batos, que conversam animadamente a respeito de coisas e pessoas que conhecem.
V
O pastor de cabras e o pastor de ovelhas
Dois pastores, Comatas e Lácon, discutem. Ao ser acusado de não saber usar a flauta, Lácon propõe um concurso de canto bucólico; os dois pastores cantam e Comatas é o vencedor.
VI
Os cantores bucólicos
Dáfnis e Damoítas, dois pastores, cantam a paixão não correspondida do ciclope Polifemo pela nereida Galateia.
VII
As talísias
Em Cós, a caminho das festas celebradas em honra a Deméter, Simíquidas (possivelmente o próprio Teócrito), um pastor de gado, se encontra com Lícidas, um pastor de cabras. Os dois entoam, enquanto caminham, belos cantos bucólicos.
X
Os ceifeiros
Dois simples e rudes trabalhadores, Milon e Bucaios, conversam e cantam enquanto trabalham.
XI
O ciclope
O jovem e desajeitado ciclope Polifemo canta sua paixão pela delicada e bela nereida Galateia, que não lhe dá atenção

Nesse último e célebre idílio, Teócrito mostrou Polifemo de forma totalmente idealizada e que chamaríamos, hoje em dia, de romântica.

Manuscritos, edições, traduções

Os dois manuscritos mais bem conservados dos Idílios de Teócrito são o Ambrosianus 222, da Biblioteca Ambrosiana de Milão, e o Vaticanus 915, da Biblioteca do Vaticano, ambos do século XIII.

A edição Aldina data de 1495/1496; na biblioteca do Monastério de Dionísio, no Monte Athos, há uma edição um pouco posterior, de 1516, com 36 idílios e 19 epigramas, preparada em Roma por Zacharias Kalliergis. A edição moderna básica é a de Bergck (1878/1882); dentre as mais acessíveis estão a de Edmonds (1912), a de Legrand (1946), utilizada aqui, e a de Gow (1952).

Passagens selecionadas

As primeiras traduções dos idílios de Teócrito para o português foram efetuadas por Joaquim de Foyos (1792), Henrique Lopes de Mendonça (1913) e Francisco Maria Esteves Pereira (1913); O Ciclope foi traduzido por José Cardoso em 1959 e o Idílio VI por Fabrício Possebon, em 2007. Rocha Pereira traduziu passagens dos Idílios V e VII (91998).