Píndaro / Píticas
O livro das
Esse festival, celebrado em Delfos em honra ao deus Apolo, ocorria a cada quatro anos no terceiro ano após as Olimpíadas.
Odes sobreviventes
Chegaram até nós apenas doze odes píticas; todas seguem, de forma geral, a estrutura básica da ode pindárica, e a data de quase todos está razoavelmente estabelecida.
Os argumentos míticos
A I Pítica contém um magnífico elogio à música, além de menções a Zeus, a Tífon e sua relação com as erupções do Etna, perto do qual Hieron de Siracusa (c.
A III Pítica, na verdade, não é bem uma ode triunfal, pois se refere a vitórias antigas e menciona a doença que está minando a saúde de Hieron; o mito, naturalmente, é o de Asclépio e do centauro Quíron. A IV Pítica é a mais longa das odes pindárias, e conta o mito de Jasão e dos Argonautas. A V Pítica fala do deus Apolo e seus atributos.
A curta VI Pítica, dedicada a um amigo pessoal de Píndaro, menciona Antíloco, guerreiro grego que lutou na Guerra de Troia, um dos mais marcantes exemplos de dedicação filial da literatura grega. A VII Pítica é mais curta ainda e faz um elogio à ilustre família ateniense dos Alcmeônidas, sem citar nenhum mito.
A VIII Pítica recomenda humildade ao jovem e bem sucedido vencedor, citando os exemplos do gigante Porfírion, vencido por Apolo, e de Tífon, vencido por Zeus. A IX Pítica conta a lenda de Aristeu, o herói fundador de Cirene (norte da África), nascido do amor entre Apolo e a ninfa Cirene. A X Pítica, a mais antiga ode pindárica conhecida, menciona o mito de Perseu; a XI Pítica fala do mito de Orestes.
A XII Pítica, finalmente, é a única a elogiar um músico, e não um atleta; menciona o mito de Perseu e a invenção do aulo pela deusa Atena.
Manuscritos, edições, traduções
As Píticas não chegaram até nós através de um único manuscrito. Os mais importantes são o Vaticanus graecus 1312 (sæc. XII), da Biblioteca do Vaticano, e dois Parisinus graecus da Biblioteca Nacional de Paris, o 2774 (sæc.
A edição princeps é a Aldina, publicada em 1513. As edições mais recentes são as de Boeckh
Passagens selecionadas
A primeira edição portuguesa de Píndaro é a de Francisco Dias Gomes (1799), que traduziu a I Pítica. Mais recentemente, Malhadas e Moura Neves traduziram mais algumas odes píticas (1976).