Fábulas e fabulistas
Fábula é uma falsa história que representa a verdade.
Fábulas (gr.
Em geral as fábulas remontam a tempos imemoriais, têm origem popular, foram transmitidas (e modificadas) oralmente e só receberam forma escrita há comparativamente pouco tempo, no máximo três ou quatro milênios antes de nosso tempo.
Muitas fábulas que conhecemos são, provavelmente, oriundas da Mesopotâmia
e, talvez, da Índia; algumas delas podem estar representadas em cenas de papiros egípcios da XIX e XX Dinastias (Ilum. 1357, infra).
Difícil dizer, de qualquer modo, quais histórias contadas nas fábulas são inteiramente gregas e quais têm raízes orientais ou
Embora as fábulas já estivessem presentes em alguns dos mais antigos textos gregos
(e.g. Ilíada, Odisseia, Os Trabalhos e os Dias, poemas de Arquíloco), somente nos séculos
literária
, notadamente junto aos
filósofos e aos poetas cômicos. Eis alguns exemplos: Platão (Fédon, 259b; Teeteto, 174a); Aristófanes (Paz, 125; Aves, 650;
Vespas, 1400). No final do Período Clássico, foram incorporadas como recurso discursivo pelos oradores.
Pouco se sabe sobre os dois mais importantes fabulistas que escreveram em grego, Esopo e Babrius. Esopo é sem dúvida o mais importante e talvez seja também o mais antigo, e por isso foi abordado também entre os prosadores antigos. Babrius, por sua vez, pertence indubitavelmente ao século II d.C.
A primeira coletânea de fábulas, a Coletânea de Discursos Esópicos de Demétrio de Fáleron
Lugar à parte ocupa o Romance de Esopo, relato fictício e altamente romanceado da vida do semilendário fabulista Esopo que remonta ao século II, aproximadamente. Lesky (1995, p. 184) acredita que, originalmente, o Romance pode ter pertencido a antiga coleção de fábulas, antecedida de uma Vida de Esopo que foi desenvolvida e se tornou autônoma.