As décadas posteriores às guerras greco-pérsicas, vencidas pelos
gregos, marcaram o apogeu político e cultural da pólis e, notadamente, de Atenas.
Além do estabelecimento de um dos mais duradouros padrões de beleza artística, os
atenienses nos deram a tragédia, a comédia, a filosofia de Sócrates, a historiografia
de Heródoto e Tucídides e um sistema político original, a democracia
(literalmente, ‘o poder do povo’), talvez a maior de todas as contribuições.
O parthenon de Atenas
Durante o século -V o poder político ficou polarizado entre atenienses e espartanos.
Atenas agregou diversas póleis a uma poderosa aliança política e econômica
conhecida por Liga de Delos; os espartanos, por sua vez, organizaram a
igualmente poderosa Liga do Peloponeso.
Os interesses dos dois grupos logo entraram em choque e os aliados de Esparta e os
aliados de Atenas enfrentaram-se numa longa e desgastante guerra,
conhecida entre nós por Guerra do Peloponeso (-431/-404). A disputa,
finalmente vencida pelos espartanos, acarretou a perda de quase todo o poderio político
e financeiro que Atenas havia adquirido nos anos anteriores.
O século -IV começou com um curto período de hegemonia espartana,
concomitante a um hesitante renascimento ateniense, a que se seguiu um período
igualmente curto de hegemonia tebana. Atenas, porém, manteve sua importância cultural:
esse foi o século de Platão, Aristóteles e Demóstenes.
Quando as póleis se deram conta, a partir de -350, da
progressiva intromissão do rei Felipe II da Macedônia nos assuntos gregos, era tarde
demais: em -338 o exército macedônico pôs fim à autonomia das
póleis helênicas. Após a morte do rei, pouco depois, seu filho Alexandre III
“o Grande” subjugou o Egito, o Oriente Médio e o Império Persa em menos de quinze
anos, com um exército de macedônios... e de gregos.
O curto período de 13 anos entre a morte de Felipe II e morte de Alexandre III (-323)
transformaram não apenas as culturas do Mediterrâneo oriental, mas mudaram para sempre
a história da Civilização Ocidental.