Ateneu

Ἀθήναιος Athenaeus Grammaticus Ath. 193 / 197
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Pouco sabemos a respeito de Ateneu, autor de importante obra em forma de diálogo, O banquete dos sábios, do final do século II d.C.

miniaturasimpósio etrusco

Ateneu era nativo de Náucratis, Egito, e floresceu durante a segunda metade do século II, e pertencia ao movimento da Segunda Sofística.

Nasceu provavelmente por volta de -150, era rico e dedicado às letras (Suid. s.v.), viveu em Roma e escreveu uma obra intitulada ‘O banquete dos sofistas’ (gr. Δειπνοσοφισταί, lat. Deipnosophistae), ou ‘dos sábios’, entre 193 e 197.

À parte numerosas especulações baseadas no texto, isso é essencialmente o que sabemos a seu respeito.

O banquete dos sábios

A obra descreve a conversa entre o anfitrião, P. Livius Larensis, e 23 eruditos durante um banquete (sc. simpósio), em Roma, que se estendeu por três dias. Larensis era, provavelmente, o patrono de Ateneu.

A conversa entre os convivas sobre literatura, arte, música, filosofia, culinária e ciências, entre outras coisas, com numerosas passagens de autores gregos, segue o modelo dos diálogos de Platão e de Xenofonte. Banquete dos Sofistas é, de certa forma, uma enciclopédia de citações filosóficas, históricas, literárias e... de receitas culinárias.

miniaturaAldina, folio 1 recto.
1514

O texto de Ateneu não tem, em si mesmo, mérito literário ou filosófico significativo, mas as citações compiladas são fonte preciosa da obra perdida de vários autores gregos (cerca de 1250), muitos dos quais são conhecidos somente pelo testemunho do autor.

A obra original tinha 15 livros e quase todos chegaram até nós, exceto os dois primeiros, a primeira parte do terceiro e a parte final do último, que sobreviveram somente na forma de resumos. As passagens poéticas totalizam mais ou menos 10.000 versos.

Dispomos de um único manuscrito, datado do século X e conservado na Biblioteca de São Marcos, Veneza. A editio princeps, de Musurus, é a Aldina (1514); a primeira edição completa, no sentido moderno, foi a de Dindorf (Leipzig, 1827). Atualmente, as principais edições são a de Gulick (Loeb, 1927/1941) e a de Desrousseaux (Belles Lettres, 1956).

Não há tradução da obra para o português, mas diversas citações tem sido traduzidas aqui e ali, notadamente em artigos e textos acadêmicos.