Hécate (gr. Ἑκάτη) é, na genealogia hesiódica, neta
de titãs, pois é filha de Perses, filho do titã Crios, e de Astéria, filha dos titãs Febe e Ceos.
Na realidade trata-se de divindade muito antiga, de origem pré-helênica,
talvez da Ásia Menor, e com certeza ligada à terra. Nos tempos antigos,
propiciava a prosperidade e o sucesso material: colheitas e pescarias abundantes, eloquência nas
assembleias, a vitória em batalhas e jogos, etc. Segundo uma das versões míticas, Hécate era na
origem a heroína Ifigênia, também uma antiga divindade assimilada a Ártemis em tempos bastante
recuados.
Nos mitos, seu papel é sempre secundário. Participou da gigantomaquia ao lado de Zeus e
também ajudou Deméter quando Perséfone foi raptada.
Confundida com Ártemis desde o século -V, foi posteriormente associada à lua, à
magia e à feitiçaria. Acreditava-se que à noite frequentava as encruzilhadas, locais
propícios à magia, acompanhada de cães enormes e barulhentos. Por isso, estátuas suas eram
frequentemente colocadas nas encruzilhadas, junto a oferendas.
Passagens selecionadas
Iconografia e culto
Hécate era uma figura feminina que portava quase sempre um ou dois archote; nas representações mais tardias, tinha três corpos e archotes nas seis mãos.
Além de altares em frente às casas (Atenas), ela tinha templos em Mileto, Egina, Argos e um famoso
santuário em Lagina, também na Ásia Menor, onde era celebrado um festival anual em sua honra.