Estesícoro

Στησίχορος Stesichorus LyricusStesich.

Seu nome original era Tísias, mas ficou conhecido por Estesícoro, apelido que literalmente significa ‘dirigente do coro’.

miniatura Héracles contra as amazonas

Estesícoro (gr. Στησίχορος) viveu aproximadamente entre -632 e -553 em Himera, na Sicília, embora tenha nascido em Matauros (ou Locri), no sul da Itália.

Foi o primeiro grande poeta a viver nas póleis gregas do Ocidente. Consta que inventou a divisão do poema coral em tríades, cada uma delas composta de uma estrofe e de uma antístrofe de métrica semelhante, e de um epodo de métrica diferente das duas primeiras partes. Antes disso a ode era composta somente de estrofes simples, repetitivas e, certamente, um tanto monótonas.

Deve-se a ele, também, a introdução dos grandes temas mitológicos na poesia lírica, até então abordados somente nas epopeias. Segundo a tradição, escreveu 26 livros, dos quais nos restam míseros fragmentos[1]. A julgar por boa parte dos títulos, a maioria se relacionava de perto com a epopeia: A destruição de Troia, Os regressos, Oresteia, Helena, Os caçadores de javali, Cicno...

A mais comentada de suas obras é a Palinódia, em que introduziu uma significativa variante no ciclo troiano: Helena, esposa de Menelau, não teria sido efetivamente raptada e levada para Troia. Em seu lugar, Páris levou uma nuvem igual a ela, modelada por Zeus.

Grande foi a influência de Estesícoro na arte figurativa e nos poetas trágicos. A imagem de Héracles com a pele do leão e a clava, por exemplo, foi lançada por ele; o poeta Ésquilo escreveu uma Oresteia inspirada na sua e Eurípides aproveitou as versões do mito tratadas por ele em diversas tragédias, notadamente em sua Helena e na Ifigênia em Áulis.

Fragmentos

Estesícoro é o quarto poeta do cânone alexandrino de nove poetas líricos. As edições modernas básicas são a de Bergk (1882) e a de Page (1962; supplementum, 1974). Muito prática é a de Campbell (1991)

Passagens selecionadas

Em português, as primeiras traduções de passagens de Estesícoro foram publicadas em Hélade, antologia preparada por Maria Helena da Rocha Pereira (1998).

Mais recentemente, Roosevelt Rocha (2009) e Giuliana Ragusa (2013) traduziram vários fragmentos significativos.