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Xenófanes

Ξενοφάνης Xenophanes Poeta Phil. Xenoph. -570/-475

O primeiro erudito a enfrentar diretamente a teologia de sua época; exerceu grande influência nos filósofos posteriores.

Sumário

Biografia e doutrina

Era filho de Déxio (ou Ortomenes) e nasceu em Cólofon, na Jônia, por volta de de -570; quando contava com cerca de 25 anos teve que emigrar devido à invasão persa. Visitou então várias cidades da Sicília e é possível que tenha estado também em Eleia. Teve vida longa e faleceu por volta de -475 com mais de noventa anos.

Sua principal atividade era, aparentemente, a poesia, mas alguns de seus poemas têm importante conteúdo filosófico. Ao contrário dos milesianos, escrevia sempre em versos, dos quais nos restam diversos fragmentos. Xenófanes, aliás, é o primeiro dos filósofos pré-socráticos de quem temos quantidade considerável de fragmentos (quarenta e um).

miniaturaXenófanes

Embora Aristóteles tenha atribuído a ele a fundação da escola eleática de filosofia, representada por Parmênides, Zênon e Melisso, não há dados seguros que apóiem essa afirmação. O pensamento de Xenófanes, além disso, tem semelhanças muito superficiais com o dos eleatas.

A importância de Xenófanes para a Filosofia reside principalmente no espírito crítico e no ceticismo com que encarava o antropomorfismo e moralidade das divindades gregas, e também as limitações do conhecimento humano.

Através de seus versos, criticou asperamente o hábito humano de representar as divindades à sua própria semelhança e foi, também, o primeiro filósofo grego a postular a possível existência de um deus único.

Contribuição à astronomia

Segundo Xenófanes, havia sóis e luas em número infinito; o Sol e os astros provinham das nuvens.

Fragmentos, edições e traduções

A fonte dos fragmentos de Xenófanes é muito variada, mas a maior parte vem de Ateneu (sæc. II/III), Diógenes Laércio (200/250) e Clemente de Alexandria (150/215).

A primeira edição dos fragmentos é a de Henri Estienne (Henricus Stephanus), publicada em 1573. Depois vieram as coletâneas de Brandis (1813), Karsten (1835), Mulach (1845), Bergk (1878/1882) e Wachsmuth (1885). Mais recentemente, Diehl (1949) e West (1972) editaram os fragmentos poéticos e Diels-Kranz (61951), os filosóficos.

Das edições recentes, a de Gentili e Prato (1988) é uma das mais usadas.

Passagens selecionadas

Em português, a primeira tradução direta do grego é a de Gerd Bornheim (1967), seguida pela de Anna Lia A. de Almeida Prado, para o volume Pré-Socráticos, da coleção Os Pensadores (1973). Existe, também, uma “recriação” concretista dos fragmentos, efetuada por Trajano Vieira (2006).

A coletânea de Kirk, Raven e Schofield (41994), que existe em português, traz uma seleção crítica dos fragmentos relevantes das diversas coletâneas.