Os eleatas

A escola de pensamento conhecida entre nós por eleática está associada à pólis de Eleia (gr. Ἐλέα), no sul da península italiana[1], e engloba os filósofos Parmênides de Eleia, Zênon de Eleia e Melisso de Samos.

miniaturaParte da ágora de Eleia

Platão e Aristóteles mencionam que o iniciador dessa escola foi Xenófanes de Cólofon mas, na realidade, não há nenhuma conexão efetiva entre o pensamento dele e o dos eleatas.

Os eleatas lidavam com os conceitos de ser, não ser, movimento, tempo, espaço, continuidade e defenderam a unicidade estática de tudo o que existe, i.e., um Uno eterno e imutável. Eles também consideravam falsa a realidade que se apresenta aos nossos sentidos, que percebem tudo como uma multiplicidade, e a contrapunham à efetiva realidade percebida por nossa mente, capaz de apreender a unicidade da existência.

Os eleatas foram os primeiros a defender a necessidade de critérios objetivos para o estabelecimento da verdade e criaram argumentos que partiam de premissas claras e indubitáveis.

As principais doutrinas da escola[2] eleática se opunham às teorias dos filósofos pré-socráticos que os precederam, notadamente aos milesianos, que explicavam toda a realidade através de um elemento único, primário, e a Heráclito de Éfeso, que descrevia a realidade como a soma de mudanças constantes e ininterruptas.