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Datação e cronologia da Grécia Antiga

O grau de precisão da cronologia da Grécia Antiga depende, basicamente, da arqueologia e do estudo de registros da época.

miniaturaRelógio de sol grego, sæc. -iii/-ii

A história dos gregos e de outros povos antigos transcorreu em épocas relativamente recentes da existência humana, mas sua periodização e cronologia ainda são motivo de controvérsias e imprecisões.

A datação de acontecimentos remotos no passado, essencial para o estudo da história e da cultura dos povos antigos, é muito mais complicada do que se pensa.

Para registrar acontecimentos anteriores ao advento da escrita é necessário recorrer ao estudo dos vestígios arqueológicos e a métodos científicos de datação, como a dendrocronologia, o decaimento radiativo do Carbono 14 e a termoluminescência.

Um método ainda muito usado pelos arqueólogos é a estratigrafia, baseada no estudo das camadas geológicas de rochas e nos sucessivos estilos de cerâmica criados pelas comunidades humanas a partir de 9.000 a.C. O método é eficaz notadamente para se estabelecer cronologias relativas.

Outra forma de datação, indireta mas razoavelmente eficaz, é a sincronização de achados arqueológicos que vêm de outras culturas de cronologia já estabelecida. Muitas datas da Idade do Bronze das culturas egeias, por exemplo, foram estabelecidas com a ajuda da cronologia do Egito Antigo[1], graças à presença de artefatos egípcios em sítios minoicos, cipriotas e micênicos.

miniaturaRelógio de sol romano,
sæc. i.

A despeito dos modernos recursos à disposição de pré-historiadores e historiadores, no entanto, quanto mais se recua no tempo maiores são as dificuldades e imprecisões. A margem de erro para o Neolítico, por exemplo, chega a atingir o valor nada desprezível de 1.000 anos ou mais; para o fim do Neolítico e dos primeiros séculos da Idade do Bronze, mais ou menos 400 anos; para datas entre -3000 e -2000, 200 anos; por volta de -1000, uns 50 anos...

Regra geral, na Grécia as datas anteriores ao ano de -650 têm apreciável margem de erro devido às limitações próprias da arqueologia; após essa data, a popularização dos registros escritos facilitou muito a tarefa dos estudiosos.

Os próprios gregos começaram a se preocupar com a cronologia a partir do Período Clássico. Mesmo assim, para o século -V e datas posteriores da Antiguidade temos que contar ainda com a incômoda margem de erro de 1 ou 2 anos, e isso quando a data é especificada em documentos antigos.

A exata transposição de datas gregas antigas para o calendário moderno continua, portanto, a apresentar algumas dificuldades.