Por volta de -2300, a chegada dos indo-europeus à península balcânica imprimiu novos rumos à evolução cultural das comunidades que aí viviam.
As evidências de mudança cultural brusca presentes por volta de -2200/-2100 em todo o Egeu, com exceção da ilha de Creta, têm sido tradicionalmente associadas à chegada das primeiras e belicosas vagas de povos indo-europeus à região. Essa devastação generalizada, no entanto, pode ter sido simples consequencia de fenômenos naturais. Assim, os indo-europeus teriam migrado, simplesmente, a partir das áreas da Europa Oriental onde seus ancestrais haviam se instalado antes do fim do Neolítico.
Os conhecimentos que temos a respeito de sua cultura anteriormente às migrações são escassos e controversos. Independentemente disso, já não se acredita hoje que uma invasão maciça e orquestrada tenha ocupado à força os territórios até então habitados pelos povos estabelecidos desde o início do Bronze Antigo. Na Grécia, pelo menos, o mais provável é que os grupos de imigrantes tenham se mesclado pacificamente à população local por volta de -2300.
À falta de dados arqueológicos seguros, as melhores informações sobre a cultura indo-europeia primitiva decorrem de estudos teóricos, como a comparação do vocabulário e dos mitos de povos antigos que falavam línguas comprovadamente indo-europeias (gregos, hititas, indianos, etc.).
Esses estudos mostram que, sem dúvida, os indo-europeus primitivos formavam sociedades de caráter fortemente patriarcal e rigidamente estruturadas em classes de sacerdotes, guerreiros e camponeses. Davam também muita importância aos veículos de rodas e ao cavalo, e costuvam ser enterrados em túmulos individuais.
Outras características: “reis” relacionados predominantemente com a justiça e a religião e não com a política e a guerra; sistema numeral de base 10; crença em um deus celeste mais importante que os demais (na Grécia, Zeus); a existência de divindades “naturalistas”, como a Lua (na Grécia, Selene) e a Aurora (na Grécia, Eos); e há muitas outras.