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O Minoico Antigo

-3000 ou -2600 / -2000

A ilha de Creta começou a se desenvolver durante o Minoico Antigo, por volta de -3000 ou de -2500 (a cronologia varia um pouco).

miniaturaInstrumentos de metal do
Minoico Antigo

Novos estilos de cerâmica, novos costumes funerários e a revolucionária tecnologia do bronze vieram com os imigrantes da Anatólia, da Sírio-Palestina e, segundo alguns especialistas, também do Egito.

No início, muitas cavernas eram ainda ocupadas, mas a quantidade de estabelecimentos em áreas abertas aumentou progressivamente. Nenhuma fortificação foi descoberta até o momento; de modo geral, as aldeias mantiveram as características arquitetônicas básicas do Neolítico. Fournou Korifi (-2500/-2200), no extremo sul da ilha (perto de Myrtos), tinha uma característica interessante: armazéns, residências e oficinas de artesanato situavam-se em diferentes áreas da aldeia, e já havia forte tendência de aglutinação na disposição das casas [Ilum. 498].

Ferramentas e armas de bronze eram fabricados em larga escala, notadamente adagas de lâmina larga e machados de duas lâminas. Embora existissem algumas jazidas de cobre em Creta, a maior parte do metal utilizado era importado de Chipre e da Grécia continental.

miniaturaFigurinhas de pedra e osso

Selos e anéis de sinete de pedra e de marfim, que séculos mais tarde se tornariam uma das marcas registradas de Creta, apareceram por volta de -2300/-2000, assim como joias de ouro e outros metais. Já figurinhas de pedra, argila e marfim, algumas com nítida influência cicládica, ocorriam desde o início do período.

Os vasos de cerâmica, caprichosamente feitos à mão, tinham geralmente bico alongado e decoração simples, e alguns de formato e decoração mais elaborados tinham provavelmente finalidade ritual. A fabricação de vasos de pedra, técnica de influência egípcia, era bastante expressiva na segunda metade do III milênio aC, mas esses dispendiosos vasos logo passaram a ser copiados em cerâmica.

túmulo-tolo. Koumasa, Creta
Fig. 0123. Túmulo-tolo de Koumasa, Creta. A, planta; B, portal de entrada. -3000/-2500.

Os mortos eram enterrados em caixões de terracota (lárnax, pl. lárnaces) ou grandes vasos (pitos)[1] nas diversas grutas da ilha, com variadas oferendas fúnebres.

Havia também túmulos coletivos de forma circular e teto abobadado, construídos fora das povoações, semelhantes aos tolos[2] neolíticos de Chipre e da Ásia Ocidental.

Sistros de terracota encontrados em Arcanes e datados de -2000, aproximadamente, sugerem que alguma forma de música era já utilizada, talvez em rituais e cerimônias ligadas à colheita, como se vê no Harvester Vase [Ilum. 0241b] do fim do Minoico Médio ou início do Minoico Recente.

Numerosos vasos de terracota com formas humanas e animais, alguns em forma deusa-mãe, sinalizam a importância da religião durante o Minoico Antigo.