O Neolítico na Grécia continental
A Grécia continental é uma das regiões do Egeu onde as culturas neolíticas mais antigas são desprovidas de cerâmica.
Sumário
Essa primeira fase, dita “acerâmica”, adentrou os primeiros séculos
do V milênio aC
As maiores contribuições do Neolítico à cultura grega como um todo foram,
provavelmente, a religião (a
Embora ainda muito controvertido, talvez se devesse acrescentar à
lista algumas palavras da língua grega que designam montanhas, plantas, deuses, etc.,
possivelmente usadas pelos povos neolíticos estabelecidos na península balcânica antes
de
Fase acerâmica
Essa etapa cultural é representada principalmente por Argissa, na Tessália
Argissa é um dos mais antigos sítios com indícios de domesticação de gado bovino.
Numerosos objetos de pedra, que os arqueólogos chamam de tampões de ouvido
por causa
de seu curioso formato, foram encontrados na aldeia; a maioria dos outros instrumentos
de pedra polida era de
Da Tessália, os pioneiros
Fase cerâmica
Costuma-se dividir os três milênios do Neolítico cerâmico da Grécia Continental em
diversas fases de desenvolvimento. Os sítios mais representativos de cada fase são
Os habitantes de Nea Nicomedia vieram provavelmente da Anatólia e, de lá, se espalharam pelo resto da Tessália, Grécia Central e Peloponeso. A cultura de Dimini pode ser atribuída a novas levas de imigrantes, oriundos provavelmente da Macedônia e da Trácia, ou talvez de mais longe.
No final do Neolítico, a julgar pelos poucos esqueletos encontrados até agora, a grande variedade de tipos humanos era a regra em toda parte.
Aldeias e construções
As aldeias neolíticas típicas eram pequenas, abertas e homogêneas, sem muralhas defensivas ou cercas; as casas eram em geral quadradas, com fundações de pedra e paredes de tijolos de barro. Em algumas regiões do Peloponeso, cavernas eram também usadas como moradia.
Em Nea Nicomedia, porém, já havia uma grande construção (12 x 12 m) cercada por outras quatro, pouco menores. Pode ter sido um templo primitivo, a residência do líder, ou ainda um simples celeiro comunitário é impossível dizer com certeza...
E “como disse a lenda grega, séculos mais tarde, as coisas começaram com a Idade de
Ouro, quando a guerra ainda não
Passagens selecionadas
Sesklo tinha 3.000 a 4.000 habitantes e cerca de 100 km² de área. As
construções principais
Dimini, embora bem menor (área de cerca de 5.000 m²), também ocupava o alto de uma colina e
tinha um grande mégaro (8 X 8 m), cercado de um anel defensivo de seis ou sete
muralhas concêntricas de pedra e barro, não necessariamente construídas ao mesmo tempo,
com
Em nenhum caso há indícios da função específica dessas construções monumentais na comunidade. “Parece que Dimini era arquitetonicamente organizada em torno de uma família dirigente ou de um chefe de aldeia” (Vermeule, 1972). Evidências conclusivas, porém, como por exemplo oferendas fúnebres especiais em sepulturas, não foram descobertas até o momento, embora uma das casas (Casa N) seja efetivamente maior do que as demais.
Cerâmica e arte
A decoração dos vasos de cerâmica, inexistente a princípio, logo se desenvolveu e cada aldeia e cada fase tinha seu estilo peculiar.
Em Sesklo e Dimini utilizava-se variados padrões geométricos e, em Sesklo, alguns vasos (e também algumas estatuetas) eram recobertos com uma pintura leve e um pouco lustrosa convencionalmente chamada de Urfirnis neolítico.
À parte a cerâmica pintada, outras evidências de arte eram as estatuetas representando mulheres nuas com nádegas proeminentes, selos primitivos (“pintaderas”) nos estabelecimentos mais antigos e sinetes nos mais recentes.
Merece menção especial a
A técnica e o sentido estético das estatuetas
Os habitantes de Dimini eram já capazes de trabalhar o metal e alguns artefatos de ouro produzidas nesta época mostram grande habilidade técnica.
Sepultamentos
Quanto aos sepultamentos, em Nea Nicomedia os mortos eram simplesmente enterrados em covas individuais dentro da aldeia, sem oferendas fúnebres. Em Sesklo e Dimini não foram encontradas sepulturas, o que parece indicar que os enterros eram efetuados fora da aldeia.
O único cemitério neolítico bem conhecido é o de Soufli (Tessália,